Por James Davidson
O Bairro de Tejipió, no Recife, é um lugar pitoresco e de origem muito antiga, remontando aos tempos coloniais. Sua história é pouco conhecida pelos próprios recifenses e, por já ter pertencido a Jaboatão, demo-lhes um espaço neste blog.
Cortada pelo rio Tejipió, a região foi ocupada pelos portugueses ainda no século XVI, com a instalação de alguns engenhos de cana-de-açúcar. Estes engenhos pertenciam à freguesia da Várzea - Engenhos São Paulo, Curado, Tejipió, etc. O açúcar era levado em pequenos barcos pelo rio Tejipió, também conhecido como Rio dos Cedros e Rio dos Afogados, até o porto do Recife.
Foi através do Vale do Rio Tejipió que os colonizadores adentraram e conquistaram o Vale do Rio Jaboatão, pela região que hoje é Cavaleiro. Durante o período holandês, o Engenho Tejipió foi confiscado pelos holandeses e passado a João Fernandes Vieira e, por isso, o local passou a ser um dos centros de conspirações contra os invasores.
O Rio Tejipió nasce na Mata do Mamucaia, município de São Lourenço da Mata, nos confins da Cova de Onça. Segundo Teodoro Sampaio a palavra Tejipió significa "raiz de Tejú".
No século XVII, é fundado no local o Engenho Peres pelo português José Peres Campelo que veio em Pernambuco em 1680. Suas terras correspondem hoje à mata protegida pelo quartel do exército de Tejipió. Também neste século, foi erguida a Capela de NS do Rosário que, apesar de inúmeras alterações, permanece no local.
Com a construção da Estrada da Vitória (atual avenida José Rufino), em 1836, o povoado começou a crescer, tanto que em 1858 muitas casas foram construídas ao pé da ponte ali existente. Em 1885 foi criada a Estação de Tejipió, pertencente à Estrada de Ferro Central de Pernambuco e, posteriormente, a de Coqueiral na junção com a linha para Camaragibe. Ambas estações foram destruídas para a construção das atuais do metrô.
No início do século XX, o bairro de Tejipió era um distrito de Jaboatão até que no ano de 1928 foi anexado ao Recife, por ordem do Governador Estácio Coimbra. Nesse período, o local era mais movimentado que Cavaleiro, tendo um mercado público, construído pelo prefeito de Jaboatão Nobre de Lacerda. Este mercado foi destruído posteriomente para que os ônibus elétricos pudessem fazer a volta. Tejipió também possuía uma imprensa bastante movimentada com vários jornais locais como "O Echo".
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Tejipió - um ex-bairro de Jaboatão
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário