Eu era ainda um adolescente quando pela primeira vez conheci esta festa popular. Vem pessoas de diversas regiões do estado para se encontrar em frente a igreja de Santo Antonio do Monte no Cabo de Santo Agostinho. È claro que nós muito jovens não íamos à festa por uma questão de fé, nós íamos encontrar as meninas, paquerar. Alias a data é propicia, pois a festa acontece quando se comemora o dia de Santo Antônio, que o Santo casamenteiro. Porém a lembrança do cenário era belíssimo, paisagem rural inesquecível, apesar das dificuldades de acesso. A festa ocorre em períodos de chuvas é inverno em Pernambuco, mas é uma excelente pedida ir a Santo Antonio do Monte. Mas as duas principais formas de ir é a pé em caminhada, ou a cavalo, pois o acesso de veículos é muito difícil, a não ser que sejam traçados ,ou bugres que se adaptem a trajetos difíceis. Por isto resolvi acompanhar a caminhada organizada por meu amigo Railtom que todos os anos organiza um grupo que vai em Cavalgada de Muribeca dos Guararapes até Santo Antonio do Monte ,na volta é claro tem uma cervejinha e muita festa rural ao som de forró . Pedi apoio ao meu amigo Betinho Gomes que de pronto através de sua acessória nos deu sessenta camisas com uma belíssima imagem de Santo Antonio. As fotos são da volta da caminhada no bar da amizade em Muribeca dos Guararapes, aonde vai se realizar no dia 27 de junho o concurso da carroça da carroça mais enfeitada, da mais bela Amazonas e Cavaleiro mais padronizado, além de pau de sebo e outras brincadeira rurais além de muito forro e buchada.
A tradição é preservada pelo povo simples, é mais uma festa rural, preservada pela comunidade rural, que apesar da insistência do poder publico em virar as costas para a importância desta tradição em sua cidade, os Pernambucanos aprenderam a amar e preservar seus costumes. Esta já deveria ter uma estrutura melhor, atrações locais e destaque no calendário de atividades culturais do município do Cabo de Santo Agostinho, aqui registramos nossos protestos ao Governo municipal do cabo de Santo Agostinho, que esta perdendo uma grande oportunidade de incentivar os costumes e a tradição popular. Aqui e Ali o nosso Blog vai invadindo o espaço cultural de algumas cidades para mostrar os costumes, tão sadios do nosso povo e vale salientar que este blogueiro é um matuto apaixonado pelas coisas do Campo.
Eventos como este, unem o pobre e o rico, o negro e o branco, jovens e adultos, pais e filhos, pois quebram paradigmas e barreiras de comunicação, pois vai na raiz da cultura ,na tradição de nossos avós que cortaram enormes distancias em grandes caminhadas a pé ou á cavalo, pois faz apenas 80 anos que se inventou o automóvel, ou seja tem gente vivendo entre nós que nasceu antes que o homem criasse o primeiro automóvel. Agora voltemos no tempo, vamos viajar 135 anos no temo, mais ou menos o tempo da Emancipação do Cabo de Santo Agostinho. A sede do governo de Jaboatão dos Guararapes era em Muribeca, prefeitura, cartório, fórum municipal, câmara de vereadores etc ,se precisavam ir ao Cabo de Santo Agostinho,tratar de negócios , vender ou trocar escravos, como iriam ? È claro que o cavalo era o animal que transportava seu cavaleiro para longas distâncias. E o asfalto? Asfalto que nada, não Havia asfalto, ele só chegou em 1950. Logo após a energia elétrica. Nosso povo é sofrido, mas é um povo forte, tecnologia é coisa da modernidade, e foi um bálsamo para as longas caminhadas que o nosso povo fez, e o automóvel serviu para aliviar os calos de bunda que muito cavaleiro e amazonas arranjou com suas montarias, e serviu para aposentar o cavalo, nosso velho companheiro com raras exceções, só viaja a passeio, e olhe lá, não tem casco que agüente.
Eita... que doce lembrança. Cresci em Ponte. As últimas notícias não são animadoras. Soube que estão até cogitando destruir a igrejinha, só pra derrubar o morro e continuar com o megaempreendedorismo por aquelas bandas... triste de ouvir, imagina de ver. Um povo sem história não é povo.
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