segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Das coisas da natureza

Das coisas da natureza

Não a nada mais bonito
que um riacho correndo
pelas pedras escorrendo
... num aguasse infinito
ou o som de apito
do cantado do cancão
que la no capoeirão
é artista com certeza
Das coisas da natureza
sempre nasce a inspiração

A terrinha perfumada
em inicio de inverno
causa um alivio tão terno
depois de uma chuvarada
o canto da passarada
que se espalha pelo chão
é uma bela visão
de incomparável beleza
Das coisas da natureza
sempre nasce a inspiração

O juazeiro verdejante
em tempo de seca forte
que nunca tem cor de morte
com o seu folhear constante
o tiú muito elegante
correndo sem direção
toma sua posição
e corre com tal leveza
Das coisas da natureza
sempre nasce a inspiração

vive a rasga mortalha
la no sino da igreja
pega a cobra que rasteja
nesse ponto nunca falha
com seu bico de navalha
consegue sua refeição
não traz mal agouro não
só pra serpente indefesa
Das coisas da natureza
sempre nasce a inspiração

a rolinha cascavel
ou também fogo apagou
na mata quase acabou
graças ao homem cruel
mas quando voa no céu
causa admiração
sua bela coloração
tem cores de tal riqueza
Das coisas da natureza
sempre nasce a inspiração

a caatinga ou mata branca
a capoeira o tabuleiro
o frondoso umbuzeiro
de serventia tão franca
de sua raiz agua arranca
é um oásis do sertão
ajuda a população
possui agua de pureza
Das coisas da natureza
sempre nasce a inspiração

voando na mataria
um bando de avoantes
os buritis tão gigantes
a visão do fim do dia
o cantar rouco da jia
o carcará e o carão
o velho camaleão
com toda sua aspereza
Das coisas da natureza
sempre nasce a inspiração

Espero sinceramente
que preservem nossa terra
ou a vida se encerra
muito rapidamente
torço que futuramente
essa nova geração
pense com o coração
e a mantenham ilesa
Das coisas da natureza
sempre nasce a inspiração


AOS PROFESSORES...

É gigante o nosso prejuízo
Com esse maltrato a educação
Por que para mudar a condição
Até a greve, aqui é preciso.
Direitos simples como um piso
O governo finge ser irreal
Ignora o decreto federal
Ameaça, coage e se omite.
E ainda quer que a gente acredite
Que a greve é que é ilegal

Estudei ditadores do passado
Lembro-me deles por vários nomes
Mas um que chamam “Cid Gomes”
Que hoje “des”governa nosso estado
Foi o candidato mais bem votado
Por um povo de pouca instrução!
Pra manter-se na sua condição
Quer deixar o povo ignorante
E por isso seu ataque constante
A já tão machucada educação.

Educar por amor é uma verdade
Como o nosso governador aponta
Mas porem o amor não paga conta
Nem garante vida de qualidade
Ou encobre toda a dificuldade
Que o educador hoje enfrenta!
Esse discurso ninguém aguenta
Professor não é nenhum otário
Governador doe então seu salario
Para ver se só amor te sustenta

E aqui falo aos professores
Através desse meu relato breve
Aos que continuam nessa greve
Quero parabenizar aos senhores
Pois vocês carregam nossas dores
Nossa classe sem reconhecimento!
Que se chegue ao entendimento
Que não dá pra manter uma nação
Onde o profissional da educação
É tratado como um instrumento

(Antonio Wilton da Silva-professor/poeta)


Fonte:http://culturanordestina.blogspot.com/

sábado, 15 de outubro de 2011

4a. Mostra Brasil abre inscrições para grupos de todo o país!

Estão abertas, até o dia 31/10, as inscrições para a 4a. Mostra Brasil Juventude Transformando com Arte, que vai acontecer em maio de 2012, na cidade do Rio de Janeiro.

Em sua quarta edição, a Mostra traz o tema Cultura e Sustentabilidade norteando todas as suas atividades, inserindo-se no contexto da Conferência das Nações Unidas-Rio+20, em 2012.

Os interessados devem preencher o formulário de inscrição on-line disponível no site www.juventudearte.org.br e encaminhar material audiovisual de registro de trabalhos artísticos do grupo.

Podem se inscrever grupos de todos os estados do país com trabalhos artísticos envolvendo jovens e que realizam ações sociais transformadoras. Os trabalhos artísticos podem envolver diferentes linguagens e expressões culturais como dança, musica, circo, teatro/performance, cultura popular, literatura, poesia.

Fonte:http://culturanordestina.blogspot.com/

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Feliz dia das Crianças


Você criança,
que vive a correr,
é a promessa
que vai acontecer…
é a esperança
do que poderíamos ser…
é a inocência
que deveríamos ter…

Você criança, de qualquer idade,
vivendo entre o sonho e a realidade
espargem pelas ruas da cidade,
suas lições de amor e de simplicidade!

Criança que brinca,
corre, pula e grita
mostra ao mundo,
como se deve viver
cada momento, feliz,
como quem acredita
em um mundo melhor
que ainda vai haver!

Você é como uma raio de luz
a iluminar os nossos caminhos,
assemelhando-se ao Menino Jesus,
encanta-nos com todo teu carinho!

Você é a criança,
que um dia vai crescer!
É a promessa,
que vai se realizar!
É a esperança
da humanidade se entender!
É a realidade
que o adulto precisa ver…
e também aprender a ser…



Homenagem à Criança
Fonte: Mensagens e Poemas

Feliz dia das crianças!




terça-feira, 11 de outubro de 2011

Gato Félix: 100 anos de esquecimento de um caricaturista

Félix de Albuquerque, o Gato Félix, nasceu em 1911, em Chã de Alegria, município da Zona da Mata Norte de Pernambuco. De uma família de humildes trabalhadores rurais, em 1925, portanto aos 14 anos de idade, Félix mudou-se para o Recife onde, inicialmente, trabalhou como empregado doméstico na residência de uma senhora da sociedade: “era uma casa na Rua da Imperatriz nº 36, no segundo andar, onde tinha um piano que era tocado por três mocinhas”, diria a 02de fevereiro de 1975, numa entrevista ao Jornal da Cidade, do Recife.

Naquela época, ou seja, em 1925, o garoto Félix de Albuquerque já gostava de desenhar, tarefa a que dedicava todo o tempo em que não estava ocupado com os afazeres domésticos. Um dia, a patroa viu os rabiscos do seu empregado e o incentivou a estudar. Através do maestro e compositor Nelson Ferreira, que frequentava a casa, ela conseguiu matricular Félix num curso de desenho do Liceu de Artes e Ofícios, a então mais importante escola profissionalizante do Recife. Mas, avesso aos estudos, Félix só frequentou o curso por apenas três dias.

Publicado pelo jornal A Pilhéria, Recife, 05/10/1929.


Além de deixar o Liceu de Artes e Ofícios, Félix de Albuquerque também saiu da casa onde era empregado doméstico e foi trabalhar como gazeteiro, “porque vender jornal era uma profissão muito mais divertida”. Assim, aos 15 anos de idade, Félix teve seus primeiros contatos com o mundo da imprensa, já alimentando o sonho de um dia ter os seus desenhos publicados nos jornais. E, assim aconteceu: de gazeteiro a ilustrador (cartunista/caricaturista) seria “um pulo”, pois aos 16 anos de idade Félix veria suas primeiras caricaturas publicadas:

- Publiquei meus dois primeiros desenhos aos 16 anos de idade. Uma caricatura de um médico chamado Edgard Altinho e a outra era uma caricatura do Ministro Oliveira Lima. Foi a maior alegria da minha vida porque naquele tempo os jornais do Recife tinham muitos cartunistas famosos, muita gente importante - diria Gato Félix na já citada entrevista ao Jornal da Cidade. Ele acrescentava:

- Me lembro de quase todos os cartunistas do Recife: Beroaldo Melo; Armando Santos que depois virou coisa muito alta e só fazia pintura; eu vi a primeira caricatura de Lula Cardoso Ayres, que foi a do médico Simões Barbosa; J. Ranulpho foi outro grande caricaturista, aprendi muito com ele, lá na casa dele na Rua da Praia, onde vi o seu filho Carlos Ranulpho (hoje marchand de arte famoso) ainda pequeno; Nestor Silva morreu na miséria, lá no Alto José do Pinho... Ainda tinha Vitoriano, Valdemar Vilares, Zezé e outros que não lembro agora...

A partir daquele 1927, Gato Félix teve uma bem sucedida carreira de cartunista, atuando em praticamente todos os importantes jornais recifenses: A Noite, Jornal do Recife, Jornal Pequeno, Diário da Manhã, A Rua, A Notícia, O Prego, A Revista, A Pilhéria, Folha da Manhã, Diário da Noite, Diário de Pernambuco, Jornal do Commercio, entre outros. Além do sucesso, seus desenhos também trouxeram problemas. Em 1930, por exemplo, foi preso várias vezes, a maioria delas por conta de caricaturas do Inspetor de Polícia Ramos de Freitas, “um sujeito beiçudo, fácil de caricaturar”.

Jornalista Sócrates Times de Carvalho, contemporâneo de Gato Félix


No início dos anos 1970, Gato Félix foi esquecido pelos jornais do Recife. Mas, enquanto atuou como cartunista, fez amizade com grandes nomes da cultura pernambucana: “Fiz muitos amigos no meio cultural. Conheci Gilberto Freyre quando ele era secretário de redação de A Província. Fiz amizade com Mauro Mota, Eugênio Coimbra, Lula Cardoso Ayres...Com Mário Melo cheguei a fazer um suplemento carnavalesco para o Jornal do Commercio em 1936... Hoje, alguns desses nem falam comigo ou pensam que já morri” (Jornal da Cidade, 02/02/1975).

Capiba e Antônio Farias

Os últimos desenhos de Gato Félix foram publicados pelo semanário Jornal da Cidade, entre 1974/75, depois que o jornalista Ivan Maurício localizou o cartunista morando numa modesta casa do Beco do Rosário, no bairro recifense de Afogados, e o trouxe de volta à imprensa. Antes de morrer, pobre, no final da década de 1970, Gato Félix passa os dias num restaurante no bairro de Santo Amaro, Recife, onde comia e bebia pagando as contas com caricaturas que fazia dos outros clientes e que o proprietário dependurava pelas paredes do estabelecimento.

Segundo o próprio cartunista, o apelido Gato Félix surgiu numa redação de jornal, por lhe acharem parecido com o gato do mais famoso desenho animado dos anos 1920.

Jornal da Cidade, 1975

sábado, 8 de outubro de 2011

Cidade de Moreno

Por James Davidson




A cidade de Moreno possui muitos lugares interessantes e de valor histórico. Um simples passeio pelo centro pode revelar uma riqueza de informações e de histórias que um olhar desatento não consegue perceber. Vários pequenos roteiros podem ser feitos. Então vamos lá!


Nosso passeio começa pelo ponto o a cidade nasceu: o Engenho Catende. O Engenho Catende era o antigo Engenho Nossa Senhora da Conceição que aparece nos documentos do período holandês. Situa do às margens do Rio Jaboatão, também aparece na cartografia holandesa com esse nome nos mapas de Vingboons e Marcgraf. É, portanto, um dos engenhos mais antigos do município. Sua casa-grande centenária, apesar de menos opulenta e conhecida que a do Engenho Morenos, ainda encontra-se preservada sendo conhecida pela população como o "Casarão". Chegou a ficar abandonada por um tempo mas foi restaurada pela prefeitura que a utiliza hoje para eventos.


Um pouco mais adiante na avenida encontra-se a Matriz de Nossa Senhora Conceição. Apesar de muito bonita e vistosa, ela não é muito antiga pois foi construída em 1935. Perto dela, onde hoje encotra-se o Colégio Dom Jaime, existia um templo mais antigo - A Igreja de São Sebatião, que tinha sido erguida em 1745 pelo capitão de ordenanças Domingos Bezerra Cavalcanti, e foi destruída em 1973. A matriz hoje conta com uma gruta e um jardim.


Em frente à matriz encontra-se a fábrica fechada do Cotonifício Moreno. Esta fábrica foi fundada em 1910 com o nome de Societè Cotonniere Belge-brasiliense por empresários belgas e foi de extrema importância para o desenvolvimento da cidade. Como na época Catende era apenas um engenho, foi o Cotonifício que foi responsável pelo crescimento populacional e econômico da localidade pois empregou muita gente, inclusive trazendo operários de Paulista e de Camaragibe. Hoje, apesar de fechada, conserva boa parte de sua estrutura.


A Vila Operária do Cotonifício Moreno é outro ponto histórico. Situada nas ruas que ficam atrás do Cotonifício, caracteriza-se por ser um conjunto de casas conjugadas que foram construídas para abrigar as famílias dos operários da fábrica. De construção contemporânea ao Cotonifício, é uma das vilas operárias mais bem conservadas do estado de Pernambuco, mesmo sem ser tombada, apesar de já existirem algumas casas descaracterizadas.


Descendo novamente para avenida, encontramos outros pontos de destaque. O prédio da prefeitura foi construído após a emancipação politica de 1928. Notar a semelhança com o antigo Teatro Municiapal de Jaboatão erguido em 1911.


O predio do antigo cinema de Moreno só funciona o primeiro pavimento. Os outros estão em ruína. Mais adiante o Mercado Público Municipal, construído em 1922, quando a cidade ainda era distrito de Jaboatão.




A Estação Ferrroviária de Moreno é outro edifício que se destaca. Construída em 1885 pela Great Western, fazia parte da Linha de Ferro Central de Pernambuco que ligava o Recife ao interior. É um importante marco histórico do município, pois foi responsável por facilitar o transporte de produtos e mercadorias, contribuindo também para a implantação do Cotonifício que tanto desenvolveu a cidade. Apesar de sua grande importancia, o prédio encontra-se abandonado, embora em melhores condições que outras estações igualmente abandonadas, como a de Jaboatão. Assim como o Engenho Morenos, é um dos únicos bens em processo de tombamento pela FUNDARPE dentro do município.




Para finalizar: a cidade de Moreno também tem muita história pra contar!

Fonte:http://jaboataodosguararapes.blogspot.com/search?updated-max=2011-07-07T00%3A01%3A00-07%3A00&max-results=5

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

MESTRE VITALINO

Postado por Ivan Maurício em 20/01/2008 09:54

MESTRE VITALINO

Vitalino Pereira dos Santos, Mestre Vitalino, consagrou-se com sua arte de fazer bonecos em Caruaru, onde nasceu, perto do rio Ipojuca, em 1909.

Seu pai, humilde lavrador, preparou o forno para queimar peças de cerãmica que sua mãe fazia, para melhorar o orçamento familiar.

Sua mãe artesã, preparava o barro que ia buscar nas margens do rio Ipojuca. Depois, sem usar o torno, ia fazendo peças de cerâmica utilitária, que vendia na feira. Levava a cerâmica nos caçuás (cestos grandes) colocados nas cangalhas do jegue (burrico).

Ainda pequeno, Vitalino ia modelando boizinhos, jegues, bonecos, pratinhos com as sobras do barro que sua mãe lhe dava, para que não atrapalhasse e ao mesmo tempo se divertisse.

Quando a mãe colocava as peças utilitárias para "queimar" no forno, ele colocava no meio as suas figurinhas, suas miniaturas.

Os seus pais iam à feira semanal, o pai carregava os frutos do trabalho agrícola, a mãe carregava o jegue com os caçuás, para levar a terra trabalhada - a cerâmica utilitária.

O menino Vitalino levava o produto de sua "reinação", da sua brincadeira e vendia.

Por volta de 1930, com 20 anos de idade, Vitalino fez os seus primeiros grupos humanos, com soldados e cangaceiros, representando o mundo em que vivia.

Sua capacidade criadora se desenvolveu de tal maneira que acabou se tornando o maior ceramista popular do brasil.

Fazia peças de "novidade" - retirantes, casa da farinha, terno de zabumba, batizado, casamento, vaquejada, pastoril, padre, Lampião, Maria Bonita, representando seu povo, o seu trabalho, as suas tristezas, as suas alegrias. Retratava em suas peças o seu mundo rural.

Esta foi a grande fase do Mestre Vitalino, que imprimia no massapé a sua vivência.
Mais tarde começou a fazer obras sob encomendas: dentistas, médicos operando... Passou também a pintar as figuras para agradar aos compradores, da cidade, que tentavam "inspirar" o Mestre.

Carimbava as suas peças mas, a partir de 1950, analfabeto que era, aprendeu a autenticar a sua obra, com o seu nome.

Mestre Vitalino Pereira dos Santos faleceu em 1963 deixando escola e continuadores. Seus filhos, Severino e Amaro, continuam a sua obra, recriando no barro os personagens do mundo nordestino.

http://www.terrabrasileira.net/folclore/regioes/2artes/nd-vital.html

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Foz do Rio Jaboatão

Por James Davidson


A foz do Rio Jaboatão fica localizada na Praia de Barra de Jangadas, entre os municípios de Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho. Depois de percorrer cerca de 75 quilômetros desde a sua nascente, em Vitória de Santo Antão, o Rio Jaboatão deságua no Oceano Atlântico, numa foz conjunta com o Rio Pirapama.


A foz do Rio Jaboatão é do tipo estuário, ou seja, encontra-se com o oceano livremente sem formar ilhas ou canais. Lembrando que a denominada Ilha dos Amores, apesar do nome, não constitui uma ilha, mas uma restinga, pois está ligada à Praia do Paiva, no município do Cabo. Por conta dos impactos ambientais das ações humanas e das dinâmicas litorâneas, a foz do Jaboatão têm sofrido significativas alterações como a erosão marinha em alguns trechos e o assoreamento em outros. Culpa das ações mal planejadas do ser humano na costa e também no interior da bacia hidrográfica.


Seguindo em direção sul, é sutil a diferença entre as praias marinhas e a fluvial. Aos poucos, a areia vai ficando mais densa até transformar-se em lama, á medida que subimos o rio. Forma-se assim, um imenso e belo manguezal que se estende por quilômetros para o interior, até onde a influência das águas salobras e da maré pode alcançar. A água do rio é aparentemente tranquila e com pouca correnteza.


Na margem direita do rio, formada pela restinga que separa este do oceano, trechos de mangues formados por pequenas camboas que penetram na Ilha dos Amores alternam-se com os coqueiros. Já na margem esquerda é a vegetação de restinga que domina, cedendo lugar ao mangue à medida que subimos o rio e nas margens das camboas e do Canal Olho D'água. Neste trecho algumas pessoas tomam banho no local, ignorando a poluição das águas do Rio Jaboatão e as femeas do tubarão cabeça-chata que se reproduzem no estuário.


Mais adiante encontra-se a desembocadura do Canal Olho D'água no Rio Jaboatão. Este canal atravessa Curcuranas até encontrar-se com a Lagoa Olho D'água. Suas águas estão muito contaminadas, como atesta sua coloração esverdeada decorrente da ação de bactérias que se proliferam onde se despejam esgotos sanitários. Apesar disso, muitas crianças tomavam banho no local, bem abaixo da nova ponte construída sobre o canal.




O manguezal que margeia o Canal Olho D'água estende-se por quilômetros pelo interior. Porém encontra-se bastante ameaçado pela poluição e pelas atividades humanas.


Mais adiante, a polêmica ponte do Paiva. Construída recentemente pelo governo do estado, constitui uma forma de agilizar o acesso à Praia do Paiva e ao luxuoso condomínio que lá foi construído, sendo necessário para isso pagar um pedágio. A vista da ponte é linda, mas seu principal ponto negativo é que está atraindo uma forte especulação para o local que está ameaçando o frágil ecossistema da região.


Mais adiante, no meio do mangue, o resultado da poluição sofrida pelo rio ao longo de seu caminho até a foz: lixo! Muitos pedaços de isopor, copos descartáveis, plasticos, pets e outros materiais de difícil decomposição ficam acumulados nas margens e entre as raízes do mangue. Quem acredita que o lixo desaparece ao jogá-lo no rio está muito engando!


Logo em seguida o encontro das águas local: o encontro do Rio Pirapama com o Rio Jaboatão. O primeiro vem do sul, oriundo do Cabo de Santo agostinho enquanto o segundo vem do oeste, marcano o limite entre os dois municípios. O local é frequentado por lanchas que visitam ambos os rios, levando turistas e visitantes ás belezas da região. Canoas e barcos de pescadores também podem ser avistados.



Próximo dali, em algum lugar ainda incerto, existiu a antiga Igreja de Santo Antônio da Barra, anterior ao período holandês. Procurei pela região e encontrei alguns possíveis locais onde ficavam, até recentemente, as ruínas dessa igreja, mas não consegui através dos moradores locais nenhuma confirmação conclusiva. Espero obter mais informações a esse respeito para saber quais dos dois locais indicados ficava a igreja.

Por fim, a região do estuário do Rio Jaboatão é um importante santuário ecológico que precisa ser preservado. Além de contar com um vasto manguezal, é um dos poucos trechos do município que preserva a antiga vegetação de restinga, outrora abundante em nossos litorais. Contudo, a especulação imobiliária da localidade, decorrente da Ponte do Paiva, já está afetando e comprometendo esses ambientes frágeis e que merecem ser mantidos para as gerações futuras.



Fonte:http://jaboataodosguararapes.blogspot.com/search?updated-max=2011-07-07T00%3A01%3A00-07%3A00&max-results=5

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Nascente do Rio Jaboatão

Por James Davidson


No último dia 11/06 tive a feliz oportunidade de conhecer a nascente do Rio Jaboatão, em Vitória de Santo Antão. Através do amigo Heraldo, leitor e colaborador do blog, visitei a nascente que fica na propriedade do Sr Manoel Ribeiro, divisa de Pacas com Arandú de Cima. Neste ponto o Rio Jaboatão inicia sua jornada como um simples riacho de águas cristalinas que brota de uma cacimba, percorrendo em seguida cerca de 75 km, até finalmente encontrar-se com o Oceano Atlântico, como foi mostrado na matéria anterior.

Às margens da estrada existe um marco indicando o exato local. Este marco tem os seguintes dizeres: "Aqui nasce o Rio Jaboatão/Iniciativa: Instituto Histórico de Jaboatão/Apoio: Prefeitura Municipal de Jaboatão 1985". Este foi colocado pelo pesquisador do IHJ Orlando Breno, que descobruiu o exato local onde o rio nascia. Orlando Breno faleceu em 1997, mas deixou como legado a descoberta da nascente registrada em detalhes no seu livro "Jaboatão, sua terra sua gente"como um grito pela necessidade de proteger o rio.



A água da nascente do Rio Jaboatão brota de uma cacimba e de outros olhos d'água que emergem do local. O rio surge como um tímido riacho, mas ao seguir o seu caminho vai aumentando o volume de suas águas e o tamanho de seu leito, à medida que recebe a água de outros riachos. Eis os engenhos e localidades que o Rio Jaboatão atravessa até chegar no oceano - Engenhos Pacas, Pedreiras, São Francisco, Genipapo, Jaboatãozinho, Taquary, Laranjeiras, Jussara, Jaboatão, Pintos, Pereiras, Morenos - aí entra na cidade de Moreno - Catende, - deixa a cidade de Moreno - Bom dia, Caxito, Bulhões, - entra em Jaboatão - Engenho Velho, Socorro, Santana, Guarany, Recreio, Usina Muribeca, Engenho Novo da Muribeca, São Bartolomeu, Comportas, Megaype de Baixo, Pontezinha e Barra de Jangadas.


A água do Rio Jaboatão, retirada da fonte é limpa, bastante diferente da que vai ser encontrada mais adiante. Nesta região, o rio abastece as pequenas propriedades rurais que ali existem. A nascente fica localizada na encosta de uma vertente, um morro que serve de divisor de águas para três bacias hidrográficas, por onde passa a estrada. A leste as águas correm pra a bacia do Rio Jaboatão, a sul para a sub-bacia do Riacho Arandu, bacia do Rio Pirapama, e a oeste as águas fluem para o Riacho Pacas, afluente do Rio Natuba, bacia do Tapacurá (Capibaribe).

A nasce do Rio Jaboatão fica localizada a 386 metros de altitude, quase 400 metros acima do nível do mar. Coordenadas geográficas da nascente: 8° 10' 32,25'' Lat S e 35° 11' 45,72" Long O. O local é bonito e contamos com a calorosa recepção do Sr Salatiel, filho do proprietário, a quem agradecemos pela gentil acolhida.


A nascente do Rio Jaboatão é mais um local que precisa ser melhor conhecido e preservado, para que pelo menos em algum local da bacia ainda permaneça existindo água limpa e potável, em contraste com os demais trechos do rio.

Fonte:http://jaboataodosguararapes.blogspot.com/search?updated-max=2011-07-07T00%3A01%3A00-07%3A00&max-results=5

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Tejipió - um ex-bairro de Jaboatão

Por James Davidson



O Bairro de Tejipió, no Recife, é um lugar pitoresco e de origem muito antiga, remontando aos tempos coloniais. Sua história é pouco conhecida pelos próprios recifenses e, por já ter pertencido a Jaboatão, demo-lhes um espaço neste blog.





Cortada pelo rio Tejipió, a região foi ocupada pelos portugueses ainda no século XVI, com a instalação de alguns engenhos de cana-de-açúcar. Estes engenhos pertenciam à freguesia da Várzea - Engenhos São Paulo, Curado, Tejipió, etc. O açúcar era levado em pequenos barcos pelo rio Tejipió, também conhecido como Rio dos Cedros e Rio dos Afogados, até o porto do Recife.



Foi através do Vale do Rio Tejipió que os colonizadores adentraram e conquistaram o Vale do Rio Jaboatão, pela região que hoje é Cavaleiro. Durante o período holandês, o Engenho Tejipió foi confiscado pelos holandeses e passado a João Fernandes Vieira e, por isso, o local passou a ser um dos centros de conspirações contra os invasores.



O Rio Tejipió nasce na Mata do Mamucaia, município de São Lourenço da Mata, nos confins da Cova de Onça. Segundo Teodoro Sampaio a palavra Tejipió significa "raiz de Tejú".





No século XVII, é fundado no local o Engenho Peres pelo português José Peres Campelo que veio em Pernambuco em 1680. Suas terras correspondem hoje à mata protegida pelo quartel do exército de Tejipió. Também neste século, foi erguida a Capela de NS do Rosário que, apesar de inúmeras alterações, permanece no local.


Com a construção da Estrada da Vitória (atual avenida José Rufino), em 1836, o povoado começou a crescer, tanto que em 1858 muitas casas foram construídas ao pé da ponte ali existente. Em 1885 foi criada a Estação de Tejipió, pertencente à Estrada de Ferro Central de Pernambuco e, posteriormente, a de Coqueiral na junção com a linha para Camaragibe. Ambas estações foram destruídas para a construção das atuais do metrô.

No início do século XX, o bairro de Tejipió era um distrito de Jaboatão até que no ano de 1928 foi anexado ao Recife, por ordem do Governador Estácio Coimbra. Nesse período, o local era mais movimentado que Cavaleiro, tendo um mercado público, construído pelo prefeito de Jaboatão Nobre de Lacerda. Este mercado foi destruído posteriomente para que os ônibus elétricos pudessem fazer a volta. Tejipió também possuía uma imprensa bastante movimentada com vários jornais locais como "O Echo".