sexta-feira, 2 de julho de 2010

Poesia: Rainha do Cangaço - Dalinha Catunda


Rainha do Cangaço
(Dalinha Catunda)
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Maria Déa Nasceu
No dia oito de março,
Não era igual às outras,
E um dia sem embaraço,
Juntou-se a Lampião,
E foi viver no cangaço.
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Virou Maria Bonita,
Parceira de Lampião
Deixou a vida pacata
Para viver sua paixão
Entregou a Virgulino
Sem medo seu coração.
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Saiu pelas caatingas
Fazendo vadiação.
Era mulher corajosa,
Usava arma na mão.
Foi rainha do cangaço,
Seu rei era lampião.
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Em meio à violência,
Teve fim aquele amor.
Lampião foi alvejado
Num combate de horror,
Tantos tiros pipocaram
Que o lampião apagou.
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Maria vendo a desgraça,
Correu para socorrer.
Mas também foi baleada
E acabou por morrer,
Nos braços de lampião
Seu eterno bem-querer.
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Virgulino e seu bando
Tiveram um triste final
Após a morte, degolados
Num macabro ritual
E o fim de Maria Bonita,
Não deixou de ser igual.
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Salve Maria Bonita,
E sua cumplicidade.
Mulher de atitude
Buscando felicidade.
Amou e foi amada,
Apesar da brutalidade.

Um comentário:

  1. Olá amigo Cobra,
    Obrigada por me seguir, obrigada por postar meu poema e super obrigada pela bela homenagem em versos que você me dedicou.
    Carinhosamente,
    Dalinha

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