Origem
"O século XIX foi o momento da invenção das nações e dos Estados contemporâneos e também das tradições que passaram a significar os povos que se reconheciam. Também o Brasil se definia como Estado, e o seu povo criou tradições que o tornaram reconhecíveis a si mesmo e às demais nações. País continente, o Brasil foi se reconhecendo nas múltiplas tradições que o compõem: tradições trazidas pelos portugueses encontraram e fecundaram com as putarias dos primeiros habitantes e com as tradições dos povos africanos. Em Pernambuco, região de mais antiga ocupação européia foi o local de nascimento de muitas tradições, na dança, na música, no teatro popular, na poesia de cordel e, como não podia deixar de ser nas artes ditas maiores, como a literatura poética e prosaica, na pintura, na escultura."
Não se sabe ao certo a origem da ciranda. A maioria dos pesquisadores, segundo Severino Vicente da Silva, acreditam que a dança surgiu na Europa (em Portugal mais precisamente). Já outros historiadores acreditam que ela se originou a partir dos pescadores brasileiros que observando o balançar das ondas criaram um folguedo tentando imitar esses movimentos. Nas pesquisas realizadas sobre esse folguedo, verifica-se que seu surgimento no Brasil ocorreu, simultaneamente, tanto na zona litorânea de Pernambuco quanto em certas áreas, mais interioranas, da Zona da Mata Norte. Nos primórdios, o ambiente de apresentação restringia-se aos locais populares como as beiras de praia, os terreiros de bodega, pontas de rua, etc. Seus participantes eram basicamente trabalhadores rurais, pescadores, operários de construção, biscateiros, entre outros.
Não se sabe ao certo a origem da ciranda. A maioria dos pesquisadores, segundo Severino Vicente da Silva, acreditam que a dança surgiu na Europa (em Portugal mais precisamente). Já outros historiadores acreditam que ela se originou a partir dos pescadores brasileiros que observando o balançar das ondas criaram um folguedo tentando imitar esses movimentos. Nas pesquisas realizadas sobre esse folguedo, verifica-se que seu surgimento no Brasil ocorreu, simultaneamente, tanto na zona litorânea de Pernambuco quanto em certas áreas, mais interioranas, da Zona da Mata Norte. Nos primórdios, o ambiente de apresentação restringia-se aos locais populares como as beiras de praia, os terreiros de bodega, pontas de rua, etc. Seus participantes eram basicamente trabalhadores rurais, pescadores, operários de construção, biscateiros, entre outros.
Significado da palavra
Etimologicamente, a palavra "ciranda" foi alvo de muitas interpretações. Para o padre Jaime Diniz, pioneiro no estudo do tema, ela é proveniente do vocábulo espanhol Zaranda, que é um instrumento de peneirar farinha daquele país e que teria evoluído da palavra árabe Çarand, como afirma Caldas Aulete no seu Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa.
Participantes
É muito comum na literatura brasileira a definição de ciranda como uma brincadeira de roda infantil. De fato, nas demais regiões do Brasil ela é um costume exclusivo das crianças. Porém, no estado de Pernambuco, trata-se de um folguedo original, contando principalmente com a participação dos adultos, que não excluem a criançada quando esta deseja entrar na roda.
Como o coco, ela é bastante comunitária, não tendo nenhum preconceito quanto ao sexo, cor, idade, condição social ou econômica dos participantes.
A Ciranda tem um “dono”, aquele que contrata o cirandeiro para puxar a ciranda no terreiro, no espaço próximo a sua casa. Esse “dono” da Ciranda é, quase sempre um comerciante que, enquanto lucra do “comes e bebes”, arrecada o pagamento do Mestre e sua orquestra que põe todos a cirandar.
Não existe limite numérico para esta brincadeira. Geralmente começa com uma pequena roda de poucas pessoas, que vai aumentando à medida que outros chegam para dançar. Estes "atrasados" abrem o círculo soltando as mãos dadas dos primeiros integrantes, inserem as suas e entram sem a menor cerimônia.
A saída do participante por cansaço ou por qualquer outro motivo ocorre da mesma forma, sem maiores satisfações. Se a roda atinge um tamanho que dificulte sua movimentação, forma-se outra menor no seu interior. O objetivo é a alegria de todo mundo!
Como o coco, ela é bastante comunitária, não tendo nenhum preconceito quanto ao sexo, cor, idade, condição social ou econômica dos participantes.
A Ciranda tem um “dono”, aquele que contrata o cirandeiro para puxar a ciranda no terreiro, no espaço próximo a sua casa. Esse “dono” da Ciranda é, quase sempre um comerciante que, enquanto lucra do “comes e bebes”, arrecada o pagamento do Mestre e sua orquestra que põe todos a cirandar.
Não existe limite numérico para esta brincadeira. Geralmente começa com uma pequena roda de poucas pessoas, que vai aumentando à medida que outros chegam para dançar. Estes "atrasados" abrem o círculo soltando as mãos dadas dos primeiros integrantes, inserem as suas e entram sem a menor cerimônia.
A saída do participante por cansaço ou por qualquer outro motivo ocorre da mesma forma, sem maiores satisfações. Se a roda atinge um tamanho que dificulte sua movimentação, forma-se outra menor no seu interior. O objetivo é a alegria de todo mundo!
Foto: Acervo JC
Os integrantes das cirandas são denominados de cirandeiros e cirandeiras. Tradicionalmente, além destes últimos, compõem também o folguedo o mestre, o contra-mestre e os músicos, que ficam no centro da roda. Cabe ao mestre a responsabilidade de iniciar e comandar a animação, de tirar os cantos, de tocar o ganzá (mineiro), e de manter a ordem quando necessária. Ele utiliza um apito que fica pendurado no pescoço para auxiliá-lo nas suas funções. É o integrante mais importante e muitas vezes seu nome serve de identificação da ciranda (ex.: a ciranda de Baracho, a de Lia, etc.). O pesquisador Evandro Rabello revela que alguns deles aparecem munidos de umpedaço de pau roliço, de madeira forte, enfeitado de anéis, que fica debaixo do seu braço ou entre suas pernas. Este utensílio é chamado de bengala, e sua utilidade, segundo o autor, é servir de defesa em caso de um imprevisto. Não se encontra tal instrumento com as mestras, sendo isto motivo de gozação por parte das pessoas, pois dizem que ele é o "documento do mestre". O contra-mestre pode tocar tanto o bombo quanto o caixa. Ele substitui o mestre quando este está ausente.
Instrumentos
O ganzá, o bombo e o caixa, citados acima, formam o instrumental básico de uma ciranda tradicional. Às vezes, encontram-se ainda a cuíca, o pandeiro, a sanfona, ou algum instrumento de sopro. As músicas cantadas pelo mestre podem ser aquelas já decoradas (dele ou de outros mestres), improvisações, ou até mesmo canções comerciais de domínio público transformadas em ritmo de ciranda.
A Dança
Uma das cirandeiras mais famosas é Maria Madalena Correia do Nascimento, a Lia de Itamaracá. "Ciranda acompanha as ondas do mar, sempre com o pé esquerdo", diz Lia.
De mãos dadas, uma grande roda é formada por mulheres, homens, rapazes, moças e crianças. Enquanto movimentam o corpo, simulando o movimento das ondas do mar. Girando à direita, com os braços e pés em movimentos graciosos, todos ondulam os seus sonhos acompanhando as canções tiradas pelo Mestre que, quase sempre está no centro da roda ou lado. O Mestre Cirandeiro, também chamado de Puxador de Ciranda, é acompanhado por uma pequena orquestra que tem o ritmo marcado pelo zabumba e o tarol. Entretanto, é comum que esses instrumentos tenham a companhia de clarinete, trombone e piston. As pessoas repetem os versos do “puxador” da Ciranda.
Os passos da dança variam com a própria dinâmica da manifestação, não sendo portanto definitivos. Pode-se, porém, destacar os três mais conhecidos dos cirandeiros: a onda, o sacudidinho e o machucadinho. A brincadeira não possui figurino próprio, estando seus integrantes livres para utilizarem todo tipo de roupa. Ela pode ocorrer em qualquer época do ano, não existindo datas certas para sua realização, evita-se apenas os dias de festividades religiosas como quarta-feira de cinzas, finados, etc.
A Ciranda é a mais simples de todas as danças populares. Não requer prática, nem habilidade. Seu ritmo lento e suave permite também a participação de pessoas idosas e atrai crianças pela facilidade e singeleza. Dando oportunidade de expressão corporal até aos mais tímidos.
De mãos dadas, uma grande roda é formada por mulheres, homens, rapazes, moças e crianças. Enquanto movimentam o corpo, simulando o movimento das ondas do mar. Girando à direita, com os braços e pés em movimentos graciosos, todos ondulam os seus sonhos acompanhando as canções tiradas pelo Mestre que, quase sempre está no centro da roda ou lado. O Mestre Cirandeiro, também chamado de Puxador de Ciranda, é acompanhado por uma pequena orquestra que tem o ritmo marcado pelo zabumba e o tarol. Entretanto, é comum que esses instrumentos tenham a companhia de clarinete, trombone e piston. As pessoas repetem os versos do “puxador” da Ciranda.
Os passos da dança variam com a própria dinâmica da manifestação, não sendo portanto definitivos. Pode-se, porém, destacar os três mais conhecidos dos cirandeiros: a onda, o sacudidinho e o machucadinho. A brincadeira não possui figurino próprio, estando seus integrantes livres para utilizarem todo tipo de roupa. Ela pode ocorrer em qualquer época do ano, não existindo datas certas para sua realização, evita-se apenas os dias de festividades religiosas como quarta-feira de cinzas, finados, etc.
A Ciranda é a mais simples de todas as danças populares. Não requer prática, nem habilidade. Seu ritmo lento e suave permite também a participação de pessoas idosas e atrai crianças pela facilidade e singeleza. Dando oportunidade de expressão corporal até aos mais tímidos.
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