sexta-feira, 10 de junho de 2011

Lendas do Recife: Um Passeio Noturno Pelas Ruas do Recife

O Recife é uma cidade cheia de lendas urbanas, algumas até mesmo seculares. Tem algumas no teatro Santa Isabel, no Palacio do Governo, outras no Arquivo Público de Pernambuco, outra da garota emparedada da Rua da Aurora e até da morte de João Pessoa, que morreu no Recife mas seria homenageado na capital da Paraiba. Agora imagine conhecer essas lendas nos lugares que elas realmente aconteceram, a noite tendo o caminho iluminado apenas por velas. Esse é o passeio Lendas do Recife, organizado pela prefeitura. Assista se tiver coragem.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Adivinhações de Santo Antônio para arranjar namorado, marido, sapo e etc...

As adivinhações são manifestações nem sempre consideradas "politicamente corretas" pelos devotos, mas possuem grande popularidade e compõem os inúmeros rituais dos festejos juninos. Existem muitas e acontecem desde o dia de Santo Antônio (13 de junho) até o São João(24 de junho). Como o próprio nome insinua, na adivinhação o objetivo é saber o nome do futuro marido ou namorado, ou pelo menos alguma dica.

Quem não sabe, por exemplo, que, na noite de São Jõao, para saber o nome do pretendente é só benzer uma faca virgem na fogueira e depois enfiar na bananeira? Bem, tem aguardar para ver o nome aparecer... Ou então, escrever os nomes suspeitos em papeizinhos e colocá-los em um copo com água. O nome que "amanhecer" aberto é o dono de seu coração.

Aqui vai algumas sugestões, simbora mulherada dia 13 fazer adivinhações pra saber quem será o próximo sortudo azarado rsrs.

1 – Uma das mais antigas tradições diz que, para descobrir o futuro companheiro, é preciso escrever os nomes dos candidatos em vários papéis. Um deles deve ser deixado em branco. À meia-noite do dia 12 de junho, eles devem ser colocados em cima de um prato com água, que passará a madrugada ao relento. No dia seguinte, o que estiver mais aberto indicará o escolhido.

2 – Aqueles que têm pressa em arranjar um namorado devem comprar uma pequena imagem do santo. E para agilizar a conquista do pedido, fazer dois procedimentos: tirar o Menino Jesus do colo do religioso, dizendo que só devolverá quando conseguir um namorado, ou ainda, virar o Santo Antônio de cabeça para baixo. (Esse é um tanto cruel. rs)

3 – À meia-noite do dia 12 de junho, quebre um ovo dentro de um copo com água e o coloque no sereno. No dia seguinte, interprete o desenho que se formou. Se aparecer algo semelhante a um vestido de noiva, véu ou grinalda, o casamento está próximo.

4 - Para sonhar com o noivo, basta colocar três rosas vermelhas debaixo do travesseiro na véspera de Santo Antônio.

5 - Para arrumar namorado ou marido, basta amarrar uma fita vermelha e outra branca no braço da imagem de Santo Antônio, fazendo a ele o pedido. Rezar um Pai-Nosso e uma Salve-Rainha. Pendurar a imagem de cabeça para baixo sob a cama. Ela só deve ser desvirada quando a pessoa alcançar o pedido.

6 - Para encontrar um (a) namorado (a)

a) No dia do santo, pegue um vidro com tampa (como aqueles de café solúvel) e encha-o de água.
b) Acrescente três folhas de manjericão, três folhas de louro e três pedacinhos de carvão.
c) Feche bem o vidro e esconda-o num lugar alto.
d) No dia 24 (São João), tire o vidro do esconderijo e jogue o conteúdo em água corrente - da torneira ou de um rio.
e) Na virada do dia 28 para o dia 29 (São Pedro), faça uma oração pedindo aos três santos que lhe arrumem um namorado ou namorada.
7 - Para encontrar um (a) namorado (a) [2]
a) Pegue uma rosa vermelha.
b) Tire as pétalas.
c) Coloque-as dentro de um envelope vermelho.
d) Deixe o envelope debaixo do seu colchão por sete dias.
e) No oitavo, que deverá cair no dia 13 ou 24 de junho, entre as 6 e 8 horas da manhã, jogue o envelope num rio ou em água corrente.

8 - Para conquistar o amor da sua vida

a) Arrume uma foto de quem você a ama e cole-a atrás de uma foto sua.
b) Coloque a foto dupla num pratinho branco de louça e acenda sobre ela uma vela cor-de-rosa.
c) Quando a vela acabar de queimar, ponha os restos da foto e da cera num envelope novo e guarde-o num lugar onde ninguém veja.
d) Numa folha de papel branca, não muito grossa, escreva o seu nome e o de quem você ama, usando caneta vermelha.
e) Dobre a folha ao meio, com os nomes para dentro, e depois ao meio de novo.
f) Passe cola a cada dobradura.
g) Ponha o pacotinho que resultar dessa operação debaixo do seu travesseiro toda noite, antes de dormir, até que seu desejo se realize.

9 - Ter a pessoa que gosta

Na manhã do dia de Santo Antônio (13 de junho), corte ao meio uma banana com casca, no sentido do comprimento, e recheie com bastante açúcar. Numa folha de sulfite, escreva sete vezes o nome do menino que você quer conquistar. Embrulhe a banana com esse papel, amarre com fita cor-de-rosa e guarde o pacote por três dias num lugar secreto. Na manhã do quarto dia, enterre o embrulho ao pé de uma planta - se for uma roseira, o efeito da simpatia será mais rápido.

Judeus em Pernambuco


As primeiras famílias judaicas chegaram ao Recife em 1635, quando Pernambuco estava sob o domínio holandês, tinha pouco mais de 10 mil habitantes e era a mais rica Capitania brasileira. Perseguidos na Península Ibérica pela Inquisição católica, eles vieram atraídos pela liberdade religiosa que os holandeses começaram a instalar nas terras tomadas de Portugal.

No Recife, os judeus ingressaram no ramo do comércio que logo passariam a dominar: durante o governo do conde Maurício de Nassau (1637/1644), por exemplo, eles controlavam 40% das exportações pernambucanas de açúcar para a Holanda e a Alemanha.

Também tiveram importante papel histórico. Foram eles que ergueram, no Século XVII, a primeira sinagoga das Américas, no casarão número 197 da Rua do Bom Jesus, no bairro do Recife Antigo.


A comunidade judaica também deixou marcas na formação e no traçado da cidade do Recife: ela construiu mais de 300 casas e sobrados, escola, cemitério e a primeira ponte recifense (a Buarque de Macedo) foi encomendada por Maurício de Nassau a um judeu, Baltazar da Fonseca.

Muitos hábitos ainda hoje cultivados pelos pernambucanos são herança deixada pelos judeus: pintar a casa no final de ano; arrumá-la às sextas-feiras; comprar mercadorias em prestações à porta de casa, entre outros.

Depois da expulsão dos holandeses em 1654, a comunidade judaica pernambucana voltou a sofrer perseguição religiosa por parte dos portugueses e abandonou o Brasil.

Das 150 famílias que deixaram o Recife com destino a Amsterdã, um grupo de 23 judeus acabou tendo sua embarcação (o navio Valk) interceptada por piratas espanhóis e aprisionada na Jamaica.

Logo em seguida o grupo foi libertado pela tripulação de um navio francês que seguia para a América do Norte e deixado, em setembro de 1654, em Nova Amsterdã que era um vilarejo de 1.500 habitantes.

Foi esse grupo de judeus saído do Recife que fundou a primeira comunidade judaica norte-americana e ajudou a construir o que atualmente é a cidade de New York.

Além desses pioneiros, outras famílias judaicas chegariam ao Recife em 1910, a maioria oriunda da Rússia. Em 1998, o velho casarão onde funcionou a sinagoga recifense foi desapropriado pela prefeitura para sediar, depois de restaurado, o Centro de Documentação e Pesquisa da História Judaica.

Fonte:http://www.pe-az.com.br/

terça-feira, 7 de junho de 2011

O Futebol no Sertão



Autor: Francisco Diniz
João Pessoa-PB, 08 de março de 2007.
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Site: http://literaturadecordel.vila.bol.com.br
E-mail: literaturadecordel@bol.com.br

Salve, salve passageiros
Aqui do trem da cultura
A todos peço licença
Pra expor em literatura
De cordel um pouco da história
De grande envergadura.

Criada por nosso povo,
Que em outrora fizera,
Que hoje faz muito mais,
Que reflete, que pondera,
Que tanto idealizou
E o bem sempre quisera.

João Pessoa, capital,
Inicialmente chamada
Nossa Senhora das Neves,
E também denominada
Filipéia, Frederika,
Parahyba, terra amada!

Terra que era do índio,
Antes de chegar o invasor,
Cuja vida natural
Promovia o vigor
De um homem muito robusto,
Bravo e de vermelha cor.
1

E chegaram os portugueses,
Os holandeses e além
Dos franceses, de piratas,
Sabe-se lá de onde vêm,
Todos queriam explorar
E o índio ficou refém,

Como assim aconteceu
Em todo o nosso Brasil:
Nativo catequisado,
Homem branco instituiu
Sua força, sua lei
E outro mundo construiu.

Principalmente às custas
Do indígena escravizado,
Que por não se adaptar
Ao tal regime malvado
O nosso pele vermelha
Pelo negro foi trocado.

Negro que veio da África,
Onde era importante,
Para sofrer humilhado
Numa terra tão distante
Devido à gana e ruindade
De um ser que se diz pensante.
2

Mas antes do africano
Em nossa terra chegar,
O português com o índio
Um pacto veio a firmar,
Construiu uma certa paz
E foi possível fundar...

A cidade bem às margens
De um Sanhauá preservado,
Rio que abrigava o Porto
Do Capim, desativado
Em 1935
Quando fora inaugurado...

O Porto de Cabedelo.
Neste período também
Começou a funcionar
Até Cabedelo o trem
E assim João Pessoa cresce
Lutando pra ir além...

Além do rio, do mar,
Lembrando de sua história,
Ensinando sua gente
A reconhecer as glórias,
Seu legado, sua cultura
E expressar sua memória...
3

Em todo e qualquer momento
Ao turista, ao estudioso:
Os momentos, os episódios
De um tempo então saudoso
Pra motivar um atual
Bem muito mais valoroso.

Ao entrarmos neste trem
Que possamos vislumbrar
O trabalho do homem simples
Que faz o vagão andar
Desde o pregar os dormentes
Até o mato roçar...

Dar valor ao maquinista,
Também ao auxiliar,
Ao bilheteiro, ao guarda
E a quem vive a atuar
Pra que o povo dia-a-dia
Seguro vá viajar.

Partindo de João Pessoa
Em busca do litoral
Podemos nos deparar
Com uma vista sem igual
Prédios que ostentam um passado
Ou um mundo atual.
4

Um pouco do Centro Histórico,
A catedral, na colina,
Casarões que se mantêm
Em estado de ruína,
Mas se forem restaurados
Terão uma outra sina.

À beira da linha vemos
Crescerem comunidades,
Um lixão desativado
Pro bem de toda a cidade
E o retrato de uma vida
De dura realidade...

De quem constrói a riqueza,
Mas dela pouco desfruta,
Mesmo assim não desanima
E continua na luta
Desde o raiar do dia
Nosso povo não se furta

E percorre as estações
Mandacaru, Renascer,
Jacaré, com o pôr do sol
Que o turista vem ver,
Chegando em Cabedelo
No mar pode se entreter.
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O turista ou o nosso povo
Pode aqui se encantar
Numa viagem de trem
O manguezal apreciar,
A paisagem ribeirinha
Ou a Mata Atlântica olhar.

Sentirá o vento suave
Da janela do vagão,
Virá um céu azulado,
Típico desta região
E ao som das rodas de ferro
Sentirá uma emoção.

Realçada no apito,
Que despertará alguns,
E integrado à rotina
É relógio para uns
Milhares de personagens,
Trabalhadores comuns.

Quem realiza o trajeto
Enxerga o dia-a-dia
De pessoas trabalhando,
Dos carros na rodovia,
Do contraste social
Que entristece a poesia:
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Condomínios de luxo,
Casebres de papelão,
Carros novos, bicicleta,
Carroça e avião,
Gente pescando em canoa
Ou em bela embarcação.

Porém essa nossa gente
Que vive em dificuldade
Tem fama de valentia,
Maior a sua bondade,
Tem vocação pro sorriso,
Merece a dignidade...

De uma vida com trabalho,
Não com um salário de morte,
Merece oportunidades
Sem necessitar da sorte
E aos poucos com sua luta
Vai chegando até o forte.

Contudo pra conquistá-lo
Todos devem empunhar
A arma da educação
E se conscientizar
Que com o agir coletivo
Poderemos prosperar
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Pra começar dar valor
A nossa identidade,
Ao nosso potencial,
A nossa historicidade,
Só assim vamos dizer:
Temos a felicidade...

De uma cultura valiosa
Em danças, mitos, lazer,
Teatro, artesanato,
Música, arte plástica, saber
Popular e acadêmico,
Temos muito a oferecer.

Aqui se expressa a fé
E uma cultura de paz,
A solidariedade,
Esportista que é ás
- Kaio Márcio é exemplo
Só um pouco o que a gente faz!

Poetas que emocionam,
Um verde que anima a vida,
Matas do AMÉM, Buraquinho,
Que fornecem a acolhida
Às plantas e aos animais,
João Pessoa dá a partida...

Para o desenvolvimento
Levando o povo de trem
Pra Cabedelo, Bayeux
E a Santa Rita também,
Preço: cinqüenta centavos,
Que não agride a ninguém.
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O trem é barato e útil,
Mas vamos dele cuidar
Não sujar ou atirar pedra,
Pois isso pode causar
Prejuízo a nós mesmos,
Devemos sempre lembrar

Que ele é patrimônio público,
Não é de um governante,
É de cada um de nós,
Por isso a cada instante
Vamos ter essa consciência
E passá-la a diante.

A todos que pregam o bem
Sejam nossa companhia,
Vejam o autêntico forró,
Ciranda e cantoria,
Coco e tribo indígena,
Blocos que dão alegria.

Durante o pré-carnaval
Muriçocas, Cafuçu,
Homem vestindo mulher
Nas Virgens de Tambaú,
Meninos dançando Urso
E jovens Maracatu.

Aqui a Paixão de Cristo
Já é atração nacional,
O povo encena um auto,
Que é espetáculo cultural,
Traz beleza e emoção
Ao milenar ritual.
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No São João, nossa cultura
De origem popular
A cada ano consegue
Espaço pra se mostrar:
Tem quadrilhas, rabequeiros
E o povo todo a dançar...

Ouvindo a banda de pife
Ou o forró pé-de-serra,
Com sanfona e zabumba
E o triângulo que não erra,
Um baião, xote, xaxado,
Os ritmos de nossa terra.

Em João Pessoa, o povo
Fez campanha e adotou
Posturas interessantes
E muita coisa mudou,
Usar a faixa de pedestre
Foi boa coisa que vingou.

Geralmente o motorista
Tem demonstrado respeito,
Acenando ao transeunte
Que ele tem o direito
De passar e isso mostra
Que educação faz efeito.
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Já vemos criança, jovem
Dizendo um obrigado
A um gesto de gentileza,
A um favor realizado,
Aos poucos damos exemplo
De um povo educado,

Que um dia porá em lixeira
O que não vai consumir,
Que debate o orçamento
Da prefeitura daqui,
Que demonstra tolerância
E ao diferente, sorrir,

Mostrando que é possível
Convivência harmoniosa
Com deficiente físico,
Com garota vultuosa,
Com gay, negro, prostituta,
Idoso ou mulher charmosa.

Só desejo que este povo
Não demonstre tolerância
Com político corrupto,
Que em nome da ganância,
Rouba, mente, compra voto
E à ética não dá importância.
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Eu quero vir nosso povo
Na tv denunciando
O que houver de errado,
Dia-a-dia reclamando
E no rádio ou jornal
Sempre se posicionando

Em favor de seus direitos,
De um vida com melhorias
Em educação e saúde;
Transporte e moradia;
Emprego e segurança;
Lazer, água, energia.

Que possamos ter cuidado
Com o nosso meio ambiente,
Com as DST's e aids
Que afetam muita gente,
Com a alimentação saudável
E a população carente.

Pra que todos possam ver,
Pra que possam desfrutar
Do Parque Arruda Câmara,
A Bica, ou irem ao mar
Cuja extensão de praias
Dar prazer a gente olhar.
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Temos a Ponta do Seixas,
Ponto mais oriental
Das Américas e temos,
Da era colonial,
O Pátio de Frei Gonçalves
Hoje, palco cultural

Que abriga a igreja
Daquele religioso,
Ao lado, o Hotel Globo
Que outrora imperoso,
Também O Casarão 2,
Outro lugar prestimoso.

Onde surgiu a cidade
Há o Porto da Casaria
Ou o Porto do Capim
Cujo fim ele teria
Quando o Porto Cabedelo
Então funcionaria.

Próximo ao Porto do Capim,
O Casarão Amarelo,
A Alfândega em ruínas,
Que era um lugar belo
E em frente a Guarda Moria
Se não sabes, eu revelo...
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Havia os Armazéns do Porto
Onde as mercadorias
Iam ou chegavam em barcos
Pequenos, mas de valia,
Já as grandes embarcações
Aportavam na Bacia...

Bacia do Paraíba,
Seu papel é importante
Inda hoje ao pescador
Com a diferença que antes
A poluição do leito
Não era preocupante.

Por aqui há grande acervo
Para a gente observar:
A Praça Antenor Navarro
No passado a se chamar
Praça de Aluguel de Carros
Sempre foi belo lugar.

Cercado por casarões
Importantes no passado,
Hoje é o Centro Histórico,
Um pouco reestruturado
É palco de grandes festas
Precisa ser preservado.
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E monumentos históricos
Nós poderemos citar:
A antiga Fábrica de Vinhos
Tito Silva a se fundar
Em 1892
E ficou a funcionar

Até o início dos anos
80, século passado.
Muitos outros ambientes
Podem ser relacionados:
Associação Commercial,
Praça Álvaro Machado,

Praça 15 de Novembro,
A bela Mata do AMÉM,
A Praia do Jacaré,
Que hoje já é um bem
Cultural da Paraíba,
Conhecida muito além...

Das fronteiras do lugar.
Nós temos a Fortaleza:
Forte Santa Catarina
Pra defender a riqueza
E há a Ilha da Restinga
De grandiosa beleza,
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Bem como tantos lugares
Que encantam o turista
- E a nossa gente também -
Cuja alma é de artista,
Que sabe bem acolher,
É simples e altruísta.

Conheça a Paraíba,
Comece por João Pessoa,
Desfrute da culinária,
Sem dúvida é muito boa
E a riqueza cultural
É pássaro que muito voa.

Veja as artes, os monumentos,
As riquezas naturais
Presentes do litoral
Em suas cores matinais
Ao Brejo, Agreste, Sertão
E as regiões demais.

Visite as nossas praças,
Estão lindas de se ver:
Coqueiral, Paz, Rui Carneiro
E pra quem quer aprender
Sobre presente e passado,
Conheça o IHGP.

Nós muito agradecemos
Por você nos visitar,
Por viver a nossa história
Que um pouco vimos contar,
Seja feliz, caro amigo,
Nossa terra é seu lugar!
16

Francisco Diniz
João Pessoa-PB, 08 de março de 2007

sábado, 4 de junho de 2011

Cantigas de ninar

Quem as vezes não sente vontade de voltar a ser criança para poder, dentre outras coisas, dormir ao doce e suave canto de ninar, mesmo sendo a canção do temível boi da cara preta? Muito embora não se tenha conhecimento de como, quando e onde surgiu a primeira cantiga de ninar, acredito que tenha sido junto com o surgimento da primeira mãe.

No começo, não passava de uma simples melodia rudimentar, um rum-rum-rum. Aos poucos a coisa foi evoluindo para frases soltas e ritmadas até chegar ao que conhecemos hoje, com versos inocentes que abordam geralmente temas religiosos, folclóricos ou fatos do cotidiano.

Como acontece em praticamente todas as manifestações culturais correntes no Brasil, a cantiga de ninar também teve origens portuguesas, africanas e indígenas. Dessa forma, houve misturas e adaptações entre cada uma delas. A melodia e letra da cantiga portuguesa sofreu alterações quando cantadas pelas escravas ou índias e vice-versa. Isso explica em parte, as diferentes versões para a mesma cantiga de região para região no Brasil. Um bom exemplo disso aconteceu nessa cantiga de origem portuguesa:

"Vai-te, Côca, vai-te, Côca, Prá cima do telhado
Deixa dormir o menino Um soninho sossegado."

Côca ou cuca - espécie de bicho imaginário criado e usado para fazer medo às crianças choronas continua apenas no Sul do país. No Nordeste foi substituída pelo pavão e no lugar de "para cima do telhado", nossa versão registra "sai de cima do telhado", imagine que em cima do telhado fica mais difícil para o menino poder dormir seu sono sossegado não é mesmo.

"Xô, xô, pavão
Sai de cima do telhado
Deixe meu filho dormir
Seu soninho sossegado."

Abaixo selecionei alguns acalantos exclusivos para ninar. Certamente você já dormiu ou fez alguém dormir com alguma delas. Se conhecer alguma que não esteja citada, basta enviar que publico. Cuidado para não confundir com cantigas populares, estas, já citei acima.

"Acordei de madrugada,
Fui varrer a Conceição,
Encontrei Nossa Sra
Com seu raminho na mão.
Eu lhe pedi um raminho,
Ela me disse que não,
Eu lhe tornei a pedir,
Ela me deu seu cordão.
Numa ponta Sto Antônio,
Noutra ponta São João,
No meio Nossa Sra
Com seu lencinho na mão.
Cala a boca, iaiazinha,
Que seu pai já vem já,
Já foi buscar timão de seda,
forrado de tafetá. "

"Boi, boi, boi
boi da cara preta
pega este menino
que tem medo de careta
Não, não, não
não coitadinho
ele está chorando
mas é tão bonitinho. "

"Tutu sossegue,
vá dormir seu sono
está com medo diga
qué dinheiro tome. "

"João Curutú
detrás do murundu
levai este menino
pra comer angu. "

"Nana, neném
que a cuca vem pegar
papai tá na roça
mamãe foi cozinhar."

"Dorme filhinho,
dorme meu amor,
que a faca que corta
dá talho sem dor."

"Não chore, meu menino,
não chore, meu amor
que a faca que corta
dá golpes sem dor. "

"O menino tem soninho,
e o seu sono não quer vir
venham os anjinhos do céu
ajudá-lo a dormir. "

"Sra Santana
Senhor São Joaquim
acalentai esse menino
que o sono não quer "vim"."

"Estava Maria
na beira do rio
lavando os paninhos
do seu bento filho.
A Sra lavava
São José estendia,
o Menino chorava
do frio que fazia."

"Embala, José, embala
que a Sra logo vem
foi lavar um cueirinho
no riacho de Belém."

"Maria e José
vão para Belém
levando o Menino
que eles querem bem."

"Dorme, dorme, meu filhinho
é noite, papai já veio
Teu maninho também dorme
embalado no meu seio.
Dorme, dorme, meu filhinho
que as aves já estão dormindo
E as estrelas cintilantes
Lá no céu estão luzindo
Anunciando que horas
o galo cucaricou
E lá na torre da igreja
a mesma hora soou. "

"Desce gatinho
de cima do telhado
que é pra ver se esse menino
dorme um sono sossegado
ô ô ô/ô ô ô a."

"Gatim marambaia
não vem assustar
que o pai do menino
já vem te matar. ô..."

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Por que Lampião era chamado de Capitão?


Muito curiosa a história de sua patente de oficial do exército, obtida do governo federal. No início do ano de 1926, a Coluna Prestes percorria o Nordeste em sua peregrinação revolucionária, trazendo apreensão aos governantes e colocando em risco a segurança da nação, segundo avaliação do governo central. Em meados de janeiro, estavam prontos para entrar no Ceará. A tarefa de organizar a defesa do estado coube, em parte, a Floro Bartolomeu, de Juazeiro. A influência de Floro, perante todo o país, devia-se ao seu estreito relacionamento com o Padre Cícero Romão. Por sugestão do Padre Cícero, só havia em todo Nordeste uma pessoa que poderia combater a Coluna e sair-se bem da empreitada. Indicou então o nome de Virgulino.

Floro reuniu uma força de combate, composta, em sua maioria, de jagunços do Cariri. Os Batalhões Patrióticos, como foram chamados, ganharam armas dos depósitos do exército, porque tinham apoio material e financeiro do governo federal. A tropa, organizada, foi levada por Floro a Campos Sales, no Ceará, onde se esperava a invasão. Floro mandou uma carta a Virgulino, convidando-o a fazer parte do batalhão. O convite foi aceito nos primeiros dias de março, quando a Coluna Prestes já estava na Bahia. Em virtude da doença e posterior morte de Floro, em 8 de março, coube ao Padre Cícero a recepção a Lampião.

Lampião chegou à vizinhança de Juazeiro no princípio de março de l926. Só atendeu ao convite porque reconheceu a assinatura de Cícero no documento. Acompanhado por um oficial dos Batalhões Patrióticos, entrou na comarca de Juazeiro em 03 de março, tendo os cangaceiros uma conduta exemplar. Prometeram a ele, o seu perdão e o comando de um dos destacamentos, caso aceitasse combater os revoltosos. Na audiência com o Padre Cícero, foi lavrado um documento, assinado por Pedro de Albuquerque Uchôa, inspetor agrícola do Ministério da Agricultura, nomeando Virgulino capitão dos Batalhões Patrióticos. Esse documento dava livre trânsito a Lampião e seu grupo, de estado a estado, para combater a coluna.

Receberam uniformes, armamentos e munição para o combate. Lampião já tinha pensado muitas vezes em deixar o cangaço. Sem dúvida, aquela era uma grande oportunidade, proporcionada pelo seu protetor e padrinho Padre Cícero. Estava disposto a cumprir sua parte no trato e todas as promessas feitas ao Padre. Daquele momento em diante, passou a chamar a si próprio de "Capitão Virgulino".

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O crime do frade ciumento



No inicio do século XIX, o abastecimento d'água da capital provinha de cacimbas, bicas e fontes. Nessa época, o frei José de Jesus Maria Lopes, franciscano, cometeu um crime que abalou a sociedade local. Ele tinha um caso com uma mestiça de nome Tereza, e desconfiava que estava sendo traído. Muito ciumento, na madrugada de 31/07/1801, o frei atraiu Tereza para se banharem nus na Bica dos Milagres, como sempre fazia. Esse religioso, não teve qualquer dificuldade em sair do Convento de Santo Antônio, onde morava, para encontrar-se com a amante.

Lá, com a ajuda de um escravo do convento, um preto conhecido por Francisco, e um serviçal indígena, de nome José Ignácio, enfiou um pedaço de madeira na genitália da pobre Tereza, traspassando-a. Ela sangrou até morrer. Mas os três não perceberam a filha pequena de Tereza, que estava nas imediações e fugiu alarmada para denunciar os criminosos. Descoberto assim o hediondo crime que estarreceu a pequena Capital, os comparsas do frade foram condenados e terminaram seus dias na cadeia. O religioso cumpriu a pena no convento da sua Ordem, na Bahia. A filha de Tereza, Dona Aninha Rebolo, contava essa historia para todos até morrer, aos 90 anos de idade.

Essa fonte ainda existe (mas está emparedada). Fica no final da Ladeira São Francisco, entrando à esquerda: Rua Augusto Simões (antigo Beco dos Milagres), nº 59. É no muro desta casa que está incrustada uma relíquia da cidade: A Bica dos Milagres. Mas o que resta de um dos patrimônios históricos e artísticos mais valiosos da Paraíba é quase nada: uma espécie de moldura em pedra calcária com formato que denuncia sua origem e uma data –1849, ano da última restauração.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

MAIS FOTOS DO I ENCONTRO DE POETAS DE LAGOA DE ROÇA


Estavam presentes no evento a socióloga Vânia Mangueira de Campina Grande, família tradicional da Paraíba que veio prestigiar a nossa cultura muito obrigado.
Ao seu lado sua mãe que incentivava em todos os momentos os artistas populares obrigado.

O Prefeito Lúcio Flávio da Cidade de SS Lagoa de Roça que também veio prestigiar o evento. E outras pessoas que a certa altura perdi o controle da identificação os nomes, mas que foram fotografadas pelas lentes do Ricardo que cobre nossos eventos e agradeço a todos pela presença.











Abraços a todos!!!