sábado, 16 de janeiro de 2010

Contador de Histórias sim!



Contador de Histórias sim!

Cresci ouvindo histórias contadas por adultos e isto nos divertia bastante. Às vezes fazíamos uma roda em baixo da mangueira e meu avô sentado em uma preguiçosa nos contava histórias, às vezes engraçadas e outras estarrecedoras. Não era apenas esta figura, todos os adultos tinham prazer em repassar conhecimentos e tradições para nós, e crescíamos cheios de fabulas e lendas, que permeavam a nossa imaginação e se incorporavam ao nosso dia a dia. Alguns tentavam nos assustar, com histórias macabras e cheias de suspenses, aterradoras! Porem; sei que com certeza acreditavam nas histórias que contavam, pois estas já haviam se incorporado a tradição popular, e em seus rostos agente percebia o espanto. Sei que alguns nos assustavam com muito prazer, mas isto pouco incomodava, pois no momento seguinte, refeitos do susto, já pedíamos uma nova história.

O rádio era a grande diversão da família, e ao redor dele, alimentávamos a nossa fantasia, e ligados nele, prendíamos a respiração, sorriamos e chorávamos de alegria e de medo, ouvindo as histórias que seus contadores nos contavam. Havia um programa chamado mistérios do além, que começa a meia noite no rádio, mas havia outros programas de rádio que já na tardinha assustava a criançada com seus causos. Criou-se fantasias, como a perna Cabeluda, o Papa figo, O Lobisomem e tantos outros que alimentava o imaginário infantil.


Cresci e me tornei Poeta, Escritor e Cordelista, e com muito orgulho, um contador de Historias! Vejo no brilho dos olhos das crianças, a felicidade que a contação de histórias proporciona uma viagem no tempo e na vida, do real para o irreal, uma viagem fantástica para um mundo de fantasias! Vejo adultos também viajando nos contos e nos causos, vejo que eles sorriem muitas vezes e outras vezes choram, e o sentimento é o mesmo; “Felicidade”. Percebo que a contação de histórias é um barco no Rio a flutuar em águas serenas, que produz uma imensa felicidade aos seus tripulantes, e aí como contador de histórias me sinto o comandante deste barco, e responsável pela tripulação.


Por isto sinto orgulho de ter conquistado a amizade de tantas famílias em Jaboatão dos Guararapes, minha cidade, em Recife, Ribeirão, Vertentes, Taquaritinga do Norte, Santa Cruz do Capibaribe, Olinda, Ipojuca, Arcoverde, Sertânia, Jaqueira e tantos outros lugares onde levei o sonho, e este sonho sonhado, nos sonhamos todos juntos, nesta viagem maravilhosa que a cultura Pernambucana proporciona. Outros vieram de São Paulo, do Rio, de Sergipe, Rio Grande do Sul e pediram: Conte-nos uma história, e isto os fez muito felizes. Por isto com muito orgulho, digo a todos; sou contador de Histórias, sim! E tenho muito orgulho daquilo que faço! Aliá; quer que eu lhe conte uma História?

Cobra Cordelista.

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