segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Diário de bordo Cobra Cordelista





Visita a Sertânia


Estive em Sertânia nos dias 02 e 03 de Janeiro de 2009. Cheguei as 17h50 e o veículo que saiu da rodoviária as 13h30 cumpriu o prometido, vez a viagem sem atraso chegando no horário previsto, foi ai que começou minha experiência maravilhosa. Eu conhecia apenas o secretário de cultura o Ênio filho do professor Ivan que não sabia ao certo onde moravam.

O ônibus estacionou na porta de sua moradia, entre milhares de casas em Sertânia, desci certinho estava com a sorte do meu lado, meia hora depois junto ao meu amigo estava em um barzinho ao lado de um bom sanfoneiro acompanhado de um triangulo e uma zabumba, já me sentia em casa e ai o poeta sabe o que faze: Versos e forro do bom! A prosa foi interrompida por um toró pesado, chuva danada de pesada que inundou as ruas de Sertânia e seguia arrastando tudo dirigindo-se ao leito seco do Rio Moxotó.

No meio da chuva diluviana vi um sentimento maravilhoso, jovens intelectuais sertanejos abraçados, festejando a chegada da chuva. Pessoas totalmente conscientes da importância da água vinda dos céus para o equilíbrio da natureza e demonstravam isto dançando e cantando, festejando a chuva que Deus lhes dava neste momento. E entre tantas coisas que já vi neste mundo de meu Deus esta foi uma das mais lindas e significativas. Assim que receber as fotos deste momento irei postar nesse blog e chamarei de “Alegria da chuva”!

Houve Sarau nas casas, todos no sertão ou na cidade são poetas, mas no sertão tudo é mais vivo, mais autêntico, mais bonito, Seu Zito trouxe o violão cantou Mayra como nunca ouvi outro cantar. O sarau seguiu junto à família de Ênio cheia de pessoas maravilhosas e acolhedoras. No outro dia na casa de Kalu durante o dia e a noite eu vi a música sertaneja pernambucana, um show de interpretação, junto a nós, as violas de Lio de Souza e Tiago de Carnaiba, enquanto Gaudêncio declamava como um dos menestréis da poesia ao fundo musical de Kalu. Bruna reviveu a tradição dos rojões e fogos de artifícios em uma poesia inesquecível que resgata esta tradição; Renato toda hora declamando os versos de Pinto do Monteiro dava graça e leveza ao nosso recital.

Vi o Sino pela manhã chamando os fieis para a missa e todos caminharam ao encontro de Deus nas duas igrejas de Nossa Senhora da Conceição, toda pintadinha de azul e na igreja do relógio com dois sinos enormes podia-se escutar a voz do criador no som do sino que preenchia o vazio do céu daquele maravilhoso lugar. Lá eu vi que o céu é bem pertinho e isto nos aproxima de Deus. A lua não queria ir embora e às sete da manhã insistia em ficar de cima a nos olhar e em minha imaginação de poeta podia jurar que ria para nós, um gostoso riso de criança traquina.

Vim embora, mas confesso com uma vontade danada de ficar. Graças a Deus no dia 22 de Janeiro estou convidado para fazer a festa do estudante de Sertânia e sentir novamente as mesmas emoções que sinto naquela linda cidade, um celeiro de artistas. Depois que conheci Sertânia eu sou um poeta mais feliz e realizado.

Deus abençoe ao Povo de Sertânia! E deixo meu carinho nestas linhas colocadas neste blog e mais uma vez eu digo: Viva ao povo de Sertânia! Viva a poesia e a todos os amigos que deixei por lá!

Cobra Cordelista.

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