terça-feira, 6 de setembro de 2011

Velhice, Velhos: provérbios, ditos


Velhice, Velhos: provérbios, ditos do livro Velhos & Jovens: uma folclórica rivalidade


Com relação aos idosos, a rivalidade ou gozação vem de muito longe. E tanto é assim que a sabedoria popular registra provérbios antiquíssimos, chegados até nós através da colonização portuguesa e, enquanto alguns perderam sua atualidade, outros continuam participando da linguagem popular brasileira ainda com a mesma força, constando também das legendas escritas nos pára-choques dos caminhões.

Assim, a velhice "é um mal desejado", "é uma segunda meninice", "faz o homem prudente". E "a vida passada faz a velhice pesada", enquanto a "mocidade ociosa não faz velhice contente". No que diz respeito aos velhos, os provérbios são os mais variados possíveis e se contradizem no todo ou em parte.

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Mais quero o velho que me ame do que o moço que me assombre.
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Moça com velho casada, como velha se trata.
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Ainda que seja prudente, o velho não despreza conselho.
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Guarda moço, acharás velho.
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O moço por não querer e o velho por não poder deixam as coisas perder.
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Perde-se o velho por não poder e o moço por não saber.
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Quem quiser ser muito tempo velho, comece-o a ser cedo.
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Quem em velho engorda, de boa mocidade se logra.
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0 velho e o peixe no sol aparecem.
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0 velho a estirar, o Diabo a enrugar
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Se queres viver são, faz-te velho antes do tempo.
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Homem velho, saco de azares.
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0 amor no velho traz culpa, mas no mancebo fruto.
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De velho, o conselho.
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0 velho muda o conselho.
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Em o velho e o menino o benefício é perdido.
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0 velho torna a engatinhar.
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Se queres bom conselho, pede-o ao homem velho.
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Vinho velho, amigo velho.
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Velho gaiteiro velho menino.
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Não há melhor espelho do que amigo velho.
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A velha galinha faz gorda a cozinha.
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Se o moço soubesse e o velho pudesse nada haveria que não se fizesse.
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Queda de velho não levanta poeira.
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Velho que se cura cem anos dura.
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Pai velho e mangas rotas, não é desonra.
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Come, menino e criar-te-hás; come, velho e viverás.
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Mal vai a corte onde o boi velho não tosse.
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A mula velha cabeçadas novas.
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Quem tem velho não tem novo.
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Tomar atalhos novos e deixar caminhos velhos.
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Carne nova de vaca velha.
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Velhos amigos, contas novas.
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0 moço dormindo, sara,- o velho, se acaba.
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0 velho e o forno pela boca se aquentam
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Velho na sua terra e o moço na alheia sempre mentem de uma maneira.
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Velho que não anda, desanda.
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Velhos são os trapos.
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Carreira de velho é choto.
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Velho que não adivinha não vale uma sardinha
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0 moço de bom juízo quando velho é adivinho.
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Arrenega ao velho que não adivinha.
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Não há moço doente nem velho são.
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Não diga ao velho que se deite nem ao menino que se levante.
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Velho não se senta sem "Ui!", nem se levanta sem "Ai!"
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Incha o menino para crescer e o velho para morrer.
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Não há sábado sem sol. Nem jardim sem flores. Nem velhos sem dores. Nem moças sem amores.
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Papagaio velho não aprende a falar.
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Saúde de velho é muito remendada.
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Se eu gostasse de velho ia trabalhar em museu.
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Velho? Só vinho, perfume, dinheiro e viúva rica.
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Pote velho é que esfria água.
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Burro velho não toma freio.
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Mais vale estrada velha do que vereda nova.
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Tatu velho não caí em mundeu.
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Nunca deixe o amigo velho pelo novo.
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Ao velho que muda de clima e costumes, é morte certa.
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Azeite, vinho e amigo, o mais antigo,
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Quem gosta de velho é reumatismo, cadeira de balanço, fila do INPS e rede.
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Velho é como panela, rede e balaio: só se acaba pelos fundos.
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Quem gosta de velho é vento encanado.

Diz-se do velho muito velho que ele é "velho como a Sé do Braga", que "já pendurou as chuteiras", que "está mijando nos pés", que é "bananeira que já deu cacho", "que já está de cachimbo apagado", "que é do tempo em que se amarrava cachorro com linguiça", "que é mais velho do que a posição do cagar de cócoras".

Há os velhos que não gostam de ser chamados de velhos, e dizem: "velho é o tempo", "velho é a estrada". Dizem que são, somente, usados.

E os velhos assanhados, - os que ainda não descobriram que ficaram velhos - quando vêem uma mulher bonita ficam gagos, trêmulos da cabeça aos pés, "mais contentes do que mosquito em pereba."

Em matéria de amor, os velhos não foram esquecidos: "Velho apaixonado com pouco tempo está casado, "Velho com amor, jardim com flor", ou "Velho com amor, morte em redor".

A sabedoria popular chega a ser cruel quando se refere à vida sexual dos velhos: "Ao velho recém-casado, rezar-lhe por finado", "Velho casado com moça de poucos anos corno. temos", "Não se deve acreditar em três coisas: lágrimas de viúva, arrufos de noivos e arranco de velho", e "Velho tem medo de vento pelas costas e de mulher pela frente".

Os velhos revidam os gracejos afirmando que "Coco velho é que dá azeite" e "A cavalo velho, capim novo", "Em panela velha é que se faz comida gostosa". E o que acontece com os velhos na língua do povo? Vejamos:

"Os cabelos embranquecem
A vista escurece
Os ouvidos emouquecem
Os dentes apodrecem
A barriga cresce
0 reumatismo aparece
A bunda amolece
Os ovos descem
As mulheres oferecem
E eles agradecem
E vão prá fila do INPS."

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