sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Setembro


No Sertão, o período seco começa se agravar, há grande escassez de pastos e os animais definham. Com exceção do único rio perene da região (o São Francisco), em toda a caatinga não se vê um veio d'água escorrendo sobre a terra árida. O sol escaldante faz estalar os galhos secos dos arbustos que, em estado de dormência vegetativa, aguardam as próximas chuvas para novamente se tornarem verdes.

No Agreste, o cajueiro está carregado de frutos maduros. No Sertão, as marrecas irerês (as "viuvinhas") voam, em bandos, à procura das lagoas, onde gostam de mergulhar. Ao se deslocarem de um sítio a outro, as marrecas despertam , com seu assobio fino e penetrante, a atenção dos caçadores. E muitas acabam se transformando em alimentação para o sertanejo.

No Litoral, Mata e Agreste, a estação seca apenas se inicia, os campos ainda estão verdes, os animais ainda têm pastos. A goiabeira bota os últimos frutos de sua segunda safra anual e nas feiras livres a pitanga aparece em grande quantidade. Os morangais da região serrana de Gravatá frutificam e no Litoral é grande a oferta de coco verde.

Em setembro, as cobras venenosas continuam se acasalando e o beija-flor está chocando seus ovos, numa das suas duas incubações anuais. No Sertão, os rebanhos caprinos, por falta de alternativas, devoram bosques de jurema preta, um dos poucos arbustos da caatinga que permanecem com folhagem verde, mesmo em épocas de estiagem prolongada.

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