quinta-feira, 16 de junho de 2011

História de Cavaleiro



Por James Davidson


A história de Cavaleiro é uma matéria que há muito tempo tenho vontade de escrever. Alguns leitores já a tinham requerido, mas as dificuldades em encontrar fontes a este respeito prorrogaram esta postagem por um bom tempo. Ainda restam muitas dúvidas a serem esclarecidas, mas espero que esta postagem venha quitar a minha dívida com os cavaleirenses.

A história de Cavaleiro está relacionada aos antigos Engenhos Cavalheiro e Jangadinha. Além destes, existiam outros engenhos na região como o Santana e o Sítio Sucupira Torta (em Sucupira), engenhos Cumbe, Santo Amarinho, São Francisco e Cova de Onça (no atual bairro do Curado) e o Engenho Peres em Tejipió. Todos esses engenhos pertenciam à Freguesia da Várzea e já existiam desde meados do século XIX.

A sede do Engenho Jangadinha ficava situada onde é hoje o Abrigo Cristo Redentor. Este engenho pertencia a Francisco Casado da Fonseca, conforme escritura de arrendamento datada de 23 de março de 1881. No começo do século XX, pertenceu ao prefeito de Jaboatão Francisco Brandão Cavalcanti e depois foi vendido para virar o atual abrigo. Já o Engenho Cavalheiro, ora aparece como propriedade anexa do Engenho Jangadinha, ora aparece como propriedade independente, durante o decorrer das últimas décadas do século XIX. Segundo as antigas escrituras, este engenho ou sítio, como às vezes também é referido, ficava ao sul do Engenho Jangadinha, separado deste pelo "Riacho Cavalheiro". Contudo, não foi possível localizar o local exato de sua antiga sede (onde ficava a casa-grande, senzala, etc) acreditando-se que se situava em algum ponto do atual bairro de Cavaleiro.

Uma coisa interessante é que a localidade chamava-se inicialmente "Cavalheiro". Porém, por conta da semelhança com a palavra "Cavaleiro", a população passou a utilizar este último termo para denominar o local.

Ainda no século XIX, em 1859, os engenhos Jangadinha e Cavalheiro receberam a visita do Imperador D.Pedro II, em sua passagem por Jaboatão. Estando ali, quis ver um boqueirão existente entre algumas colinas e viu ruínas em terras do Engenho Jangadinha.

Mas a localidade só veio a crescer e torna-se povoada a partir da expansão do bairro de Tejipió e Coqueiral, no começo do século XX. Segundo Van-Hoeven Veloso, autor de Jaboatão dos meus avós, um homem simples e sem estudo, Teófilo Pereira de Lima é considerado o fundador de Cavaleiro. Com o apoio de José Liberato Fonseca Lima, ajudou a construir a Feira de Cavaleiro em 4/02/1935. Funcionava inicialmente na Rua Siqueira Campos e posteriormente foi transferida para a Praça Samuel Campelo.

O Merado Público foi erguido em 1943, sofrendo várias reformas posteriores. A Igreja de NS de Lourdes é de 1958, sendo que as igrejas evangélicas de Cavaleiro são bem mais antigas que ela. Cavaleiro destaca-se por ter uma percentagem de evangélicos de cerva de 30%, a maior entre os distritos. O Abrigo Cristo Redentor foi fundado em 1938 e o açude Jangadinha teve a água canalizada para abastecimento em 1945.

O povoado de Cavaleiro foi elevado à condição de distrito, em 16 de dezembro de 1948. Em 20/12/1963 Cavaleiro chegou a ser elevado à condição de município, mas o decreto foi anulado logo em seguida. Outros projetos de emancipação já foram propostos posteriormente, mas a criação de novos municípios no estado enfrenta sérias dificuldades, principalmente por causa da inviabilidade econômica das mesmas. Além disso, as propostas de emancipação de ditritos e estados novos são algumas vezes encabeçadas não pela população da localidade, mas por políticos interessados apenas na criação de novos cargos públicos para ocupar.

Cavaleiro conta hoje com uma população com mais de 100 mil habitantes, um forte e movimentado comércio e estações de metrô que facilitam a comunicação com o Recife e com Jaboatão Centro. Nenhuma semelhança com os tempos em que a produção do açúcar, o fausto dos senhores de engenho e o trabalho árduo dos escravos dominava a localidade!

Fonte:http://jaboataodosguararapes.blogspot.com/

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