quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Arquivo Público do Estado digitaliza seu acervo fotográfico


O Arquivo Público do Estado, órgão vinculado à Secretaria de Educação, está digitalizando o seu acervo fotográfico. O trabalho, iniciado em março de 2011, é parte do projeto “Catalogação do Acervo Iconográfico do Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano”, desenvolvido em parceria com a Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), e tem como objetivo facilitar o acesso de pesquisadores e do público em geral ao material ali arquivado.

No total, são mais de 15 mil imagens assim distribuídas:

2.000 fotografias sobre a História do próprio Arquivo Público, criado em 1945; todo o acervo pessoal do primeiro diretor da instituição, Jordão Emerenciano; 3.000 fotografias da Secretaria de Obras Públicas do Estado, relativas a obras realizadas no Recife e interior de Pernambuco entre 1930/50; o acervo fotográfico sobre a vida intelectual e acadêmica (1910/50) de um dos líderes do movimento abolicionista no Estado, José Mariano Carneiro da Cunha; e 4.000 imagens avulsas de outros vários acervos.


Três flagrantes da Revolução de 1930 no Recife:

1 - No Cais José Mariano, homens preparados para atirar

2 - Marcas de balas na paredes do Palácio do Governo

3 - Concentração de populares na frente do Palácio do Governo

Construção do Matadouro Público de Gravatá, sem data.


Idealizado pela professora Marília de Azambuja Ribeiro, o projeto também tem parceria com o Laboratório de História Oral e da Imagem, do Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco, e vem sendo tocado por uma equipe de cinco professionais, além da coordenadora. Atualmente (agosto 2011), os trabalhos – que irão até março de 2013 – estão na fase de higienização e digitalização das fotografias, vindo em seguida a catalogação e a digitalização do acervo.

Para os integrantes da equipe, todas as fotografias do acervo são importantes, “visto que fazem parte da memória coletiva do nosso Estado”. Mas, eles não negam que, entre as imagens, algumas se destacam. E, entre estas, estão as fotos dos combates ocorridos no Recife durante a Revolução de 1930 que mostram, por exemplo, as paredes do Palácio do Governo ou do Teatro Santa Isabel crivadas de balas, populares nas ruas ou soldados entrincheirados nas pontes da cidade etc.

Segundo os integrantes da equipe, uma das mais trabalhosas tarefas do projeto vem sendo o reconhecimento iconográfico. Isto porque, além da quantidade significativa de fotografias manipuladas (mais de 15 mil), grande parte delas não contem informações essenciais como: local e data, acontecimento do qual se trata, pessoas fotografadas, fotógrafo autor da fotografia etc. Nesses casos, os profissionais têm que sair em buscas dessas informações, o que nem sempre é uma coisa fácil.

Acomodado no prédio anexo da entidade (à Rua Imperial, bairro São José, Recife), o acervo iconográfico do Arquivo Público do Estado poderá, ao final dos trabalhos de digitalização, ser consultado via Internet. E a reprodução das imagens será livre e gratuita, exigindo-se do pesquisador apenas os créditos das fotografias: tanto para o fotógrafo quanto para o acervo. Para a execução do projeto, a Facepe repassou para o Arquivo Público recursos de R$ 160 mil.

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