segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Rios e Barragens


Rios e Barragens

Pernambuco dispõe de 13 grandes bacias hidrográficas, além de seis bacias de pequenos rios litorâneos e oito bacias dos chamados rios interiores. As 13 grandes bacias são formadas pelos rios: Capibaribe, Goiana, Ipojuca, Sirinhaém, Una, Ipanema, Mundaú, Moxotó, Pajeú, Terra Nova, Brígida, da Garça e do Pontal. O mais importante de todos esses é o Capibaribe, que banha, inclusive, a capital Recife.

Além dessas bacias hidrográficas, alguns municípios pernambucanos são cortados pelo Rio São Francisco, o mais importante do Nordeste. Geograficamente, nossos cursos d'água são divididos em rios litorâneos (que nascem no Planalto da Borborema e deságuam no Oceano Atlântico) e rios sertanejos que, em geral, deságuam no Rio São Francisco.



Rio Beberibe

O Rio Beberibe nasce no município de São Lourenço da Mata através da confluência dos seus dois formadores: o Rio Pacas e o Rio Araçá. Tem uma extensão de 19 km, desde a nascente até desembocar no mar.

A bacia hidrográfica do Beberibe engloba uma área de 79 km2, numa região que vai de São Lourenço da Mata, pequeno trecho do município de Paulista e vastas áreas das cidades de Recife e Olinda. É uma bacia hidrográfica litorânea, situada inteiramente na Zona da Mata de Pernambuco e na Região Metropolitana do Recife.

O principal afluente do Beberibe na sua margem direita é o Rio Morno, que, por sua vez, recebe água do Rio Macacos, ainda em seu trecho superior. Também pela margem direita, o Beberibe recebe ainda as águas do Canal do Vasco da Gama.

Pela margem esquerda, o Beberibe recebe as águas do Riacho Lava-Tripas e do Canal da Malária. Infelizmente, hoje todas essas fontes de alimentação do Beberibe estão com um elevado grau de poluição que tornam o rio um imenso esgoto a céu aberto.

Em períodos normais, o Bebribe é um rio estreito, com largura aproximada de seis metros em grande parte do seu percurso, alargando-se apenas no seu trecho final, quando sofre influência das marés altas.

Esta largura do rio só é alterada em períodos de enchentes. No final do seu trajeto, o Beberibe corre paralelo ao mar em direção ao sul, encontrando-se com o Rio Capibaribe para desenbocarem, juntos, no oceano, entre Recife e Olinda.

Até o início do século passado, o Rio Beberibe e seus afluentes eram margeados por florestas exuberantes. O rio, em seu trecho inferior, servia para o transporte de madeira e carvão, através de balsas que desciam até a foz.

Em sentido contrário, eram comuns os barcos provenientes do mar, que transportavam peixes para comercialização em locais como O Varadouro e outros pontos de venda.


Rio Capibaribe

É o mais importante rio pernambucano, nasce nas vertentes da Serra do Jacarará, no município de Poção e tem 240 km de extensão. Em sua bacia estão localizados 39 municípios e o rio deságua no Oceano Atlântico, depois de cortar toda a cidade do Recife.

Tem seu curso dividido em três trechos: superior, médio e inferior. Os alto e médio cursos do rio estão situados no Polígono das Secas, onde o rio apresenta regime temporário.

No curso inferior, o Capibaribe se torna perene a partir do município de Limoeiro, na região agreste do estado, até o seu desaguadouro. A bacia hidrográfica do Rio Capibaribe compreende uma área de 7.716 km2, que representa 7,8% do território pernambucano.

Seu mais importante afluente é o Rio Tapacurá. Na bacia do Capibaribe, o clima predominante é o semi-árido e menos de 20% de sua área têm chuvas acima de 800 milímetros.


Rio Ipojuca

A bacia do Ipojuca tem uma área de 3.310 km2 e, até sua foz, no litoral sul do Estado, mais precisamente na praia de Suape, o rio percorre um total de 250 quilômetros. O rio banha nove cidades: Sanharó, Tacaimbó, São Caetano, Caruaru, Bezerros, Gravatá, Primavera, Escada e Ipojuca.

Em sua bacia existem cerca de 2 mil hectares a agricultura irrigada, onde são produzidos 30% das verduras e hortaliças comercializadas pela central de Abastecimento do Recife-Ceasa.


Rio São Francisco

É o mais importante do Nordeste e um dos principais rios brasileiros. Tem suas nascentes no estado de Minas Gerais, na Serra da Canastra, e percorre 2.700 quilômetros, banhando parte dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco e Alagoas. Deságua no Oceano Atlântico, num ponto situado na divisa de Alagoas com Sergipe.

Seus mais importantes afluentes são: rios das Velhas, Paracatu, Corrente, Grande, Urucaia e Carinhanha. Nos dias de hoje, o principal aproveitamento do rio é no setor de geração de energia elétrica.

Ao longo do seu curso, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - CHESF - mantém uma série de usinas que fornecem energia para todo o Nordeste. Além disso, as águas do rio também são utilizadas na agricultura irrigada. Estão no Vale do São Francisco importantes núcleos de produção de frutas para exportação e de uva para o fabrico de vinhos.

O Vale do São Francisco tem uma extensão de 640.000 km2, área em que cabem sete países do tamanho de Portugal e que representa 7,5% da área total do Brasil.

Mais da metade (57%) da área total de sua bacia está no Polígono das Secas, o que já motivou a elaboração de inúmeros projetos (nenhum efetivado) de desvio de suas águas para amenizar o drama da população nordestina que sofre com as estiagens. Minas Gerais ocupa 37% da área da bacia.

O Rio São Francisco já teve 1.300 km de seu trecho navegável e foi através de suas águas que chegaram os povoadores dos sertões brasileiros. A partir de 1663, a margem direita do Rio São Francisco é transformada em área de criação de gado, porque no litoral a criação era impossível por causa das plantações.

Os pioneiros vão substituindo por baiadas os índios que encontram no caminho. Em 1690 estoura no sertão a notícia da descoberta do ouro em Minas Gerais e as embarcações se multiplicam rio abaixo, rio acima.

No fim do Século XVII, o gado gordo e o ouro farto já não existem e com a transferência da capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763, inicia-se o abandono do vale por parte do governo.

A mais tradicional embarcação que circulou pelo São Francisco foi a chamada "Gaiola", barco a vapor que transportava centenas de pessoas e trazia na proa uma carranca - estranha escultura em madeira utilizada para afugentar os maus espíritos. Consta que é de 1870 o primeiro barco desse tipo.

O período de exploração do rio para a produção de energia elétrica tem início em 1910, quando o empresário cearense Delmiro Gouveia decide construir na Cachoeira de Paulo Afonso uma pequena usina (v. CHESF). O rio foi descoberto por Américo Vespúcio, a 04 de outubro (dia de São Francisco) de 1501.

Transposição

Projeto de utilização do Rio São Francisco para combater a seca em várias localidades dos Estados do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. A proposta é polêmica e já foi discutida várias vezes.

De acordo com projeto apresentado em 1999 pelo Ministério da Integração Nacional, a mudança do curso natural das águas do rio deveria ocorrer através da construção de 1.400 km de canais e túneis e oito estações de bombeamento, obras avaliadas em US$ 1,5 bilhão.

A água seria canalizada para outros rios e 90 açudes nordestinos, beneficiando 6,8 milhões de pessoas em 200 municípios. As críticas ao projeto giram em torno de três questões: os elevados custos das obras; as conseqüências ecológico-ambientais; e os possíveis problemas que o desvio das águas traria para o conjunto de hidrelétricas instaladas ao longo do leito do rio.

Sobre estas duas últimas questões, nunca se chegou a um entendimento: alguns estudiosos dizem que a transposição é a grande saída para combater as secas; outros afirmam que desviar o curso do São Francisco pode acarretar uma grande tragédia, uma vez que acabaria exaurindo o rio ao longo dos anos.

Projeto semelhante ao de 1999 foi apresentado, também pelo governo federal, em 1983, mas gerou a mesma polêmica e nunca saiu do papel.

Este projeto previa o desvio de 300 metros cúbicos de água por segundo; no projeto de 1999, essa vazão caiu para 80 metros cúbicos por segundo, fato que, segundo os defensores da obra, acabaria o perigo de esgotamento do rio. Mas, ainda assim, as discussões prosseguiram.

A idéia de usar o Rio São Francisco para amenizar a seca no Nordeste vem de longe: em 1886, o engenheiro Tristão Franklin Alencar de Lima propôs a transposição do rio para o semi-árido setentrional, interligando-o com a bacia do Rio Jaguaribe, no Ceará, mas as dificuldades técnicas à época inviabilizaram o projeto.


Açudes e barragens

Veja, abaixo, a relação dos açudes e barragens construídos nos leitos dos rios pernambucanos para implantação dos serviços de abastecimento de água estaduais:

Nenhum comentário:

Postar um comentário