segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Outras Histórias de Assombrações


Cabra Cabriola


Conta a lenda que era um enorme monstro, de dentes agudíssimos, que soltava fogo pelas narinas e pela boca. Em suas investidas noturnas, procurava entrar nas casas para devorar os meninos que encontrava. Existem vários contos populares cujo personagem central é a Cabra Cabriola. O mais famoso em Pernambuco data de meados do século XIX e diz mais ou menos assim:


Existia uma mulher, mãe de três crianças pequenas, que sempre saía à noite em busca de meios para sustentar seus filhos. Ao sair, ela recomendava às crianças que tomassem cuidados com monstros, que não abrissem a porta para ninguém até ela voltar. E, assim, os meninos costumavam fazer: só abriam a porta quando a mãe retornava e, com sua voz familiar, pedia aos filhos que a abrissem.

Certa noite, a Cabra Cabriola chegou à casa dessa mulher, bateu à porte e, falando como se fosse a mãe das crianças, pediu que a deixassem entrar. O disfarce, porém, não foi perfeito, visto que a Cabra Cabriola não modificou o timbre de sua voz grossa e horrível. Os meninos perceberam que não se tratava da mãe deles e não abriram a porta. A Cabra Cabriola, então, foi embora prometendo, baixinho, voltar.

Semanas depois, a Cabra Cabriola voltou à casa daquelas três pobres crianças. Mas, desta vez não bateu à porta, ela ficou escondida aguardando o retorno da mãe das crianças, com o seguinte objetivo: conhecer o timbre da voz da mulher e aprender todos os termos usados por ela para chamar os filhos. Era a preparação para a grande e certeira investida que realmente aconteceria.

No dia seguinte, a Cabra Cabriola foi à oficina de um ferreiro e mandou que ele batesse a língua dela na bigorna, para que o timbre de sua voz, antes grossa e horrível, ficasse bem parecido com o da voz da mulher. À noite, a Cabra Cabriola esperou que a mãe das crianças saísse e completou o seu terrível plano: bateu à porta, imitando em tudo o chamado da mulher: "Filhinhos, filhinhos..."


Crentes que era a mãe delas, as crianças abriram a porta e foram todas devoradas pela Cabra Cabriola.


Chora Menino

Praça situada no final da Rua Manoel Borba, na Boa Vista, é um dos mais famosos lugares mal-assombrados do Recife. Antigamente, o local era denominado Mondego e tinha ali uma capelinha.


Durante a revolta militar conhecida como Setembrizada, que eclodiu entre os dias 14 e 16 de setembro de 1831, cerca de 300 soldados se amotinaram ali e foram massacrados por tropas leais ao governo.


A maioria desses soldados foi sepultada ali mesmo no local da carnificina e, a partir daquela data, quem passasse pelo local ouvia gemidos e choros que seriam dos filhos dos soldados lamentando a morte dos seus pais.


A história desses choros e gemidos ganhou as ruas do Recife e, assim, a praça passou a ser chamada de Chora Menino, ao mesmo tempo em que ganhou fama de local mal-assombrado.

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