segunda-feira, 14 de março de 2011

O que foi a Setembrizada?


Foi uma revolta militar ocorrida no Recife, durante os dias 14, 15 e 16 de setembro de 1831, exatamente cinco meses depois da abdicação imperial de Dom Pedro I. O movimento foi iniciado por soldados do Batalhão 14, que saquearam a cidade fazendo fogo, pedindo a volta do ex-imperador.

Rebelião até o momento pouco estudada, a Setembrizada teve - segundo o historiador Milton F. de Mello - antecendentes vinculados ao partido "Regressista", composto, em sua grande parte, por portugueses.

Tudo começou sob o pretexto de que os soldados não queriam ver fechado o portão do quartel, depois da revista das oito horas. Foram três dias de batalha travada desde os bairros de Boa Viagem, Afogados, Boa Vista até a vizinha cidade de Olinda.

O saldo da rebelião: 500 mortos e 800 presos, sendo que estes, posteriormente, foram transferidos para o arquipélago de Fernando de Noronha. Um dos responsáveis pelo fim da rebelião foi o tenente-coronel Antônio José Vitoriano, comandante do 4º Corpo de Artilharia, que foi às ruas combater os revoltosos.

Ao final, o tenente enviou um relatório ao Comandante das Armas em Pernambuco, brigadeiro Francisco de Paula Vasconcelos, narrando os espisódios.

A setembrizada foi a designação dado à prisão e subsequente deportação de um grupo de personalidades, em boa parte ligadas à Maçonaria, jacobinos e adeptos conhecidos dos ideais da Revolução Francesa, acusadas de colaboracionismo com as forças de ocupação da Primeira Invasão Francesa. A maioria das prisões realizou-se entre 10 e 13 de Setembro de 1810, daí a designação de setembrizada, e foi feita em reacção à entrada em Portugal das forças da Segunda Invasão Francesa, comandadas pelo general Nicolas Jean de Dieu Soult.

A maior parte dos presos foi embarcada na fragata Amazona e enviada, sob escolta britânica, para a ilha Terceira, nos Açores, onde permaneceriam exilados durante alguns anos, constituindo o núcleo dos deportados da Amazona que se revelaria instrumental na instauração do regime liberal nos Açores e nos acontecimentos subsequentes que levaram a ilha Terceira a ser um dos baluartes da luta contra as forças de D. Miguel I de Portugal.

Entre os presos encontravam-se intelectuais que muito contribuíram para a implantação do liberalismo em Portugal, entre as quais Domingos Vandelli, Manuel Ferreira Gordo, José Sebastião de Saldanha, Jácome Ratton e Vicente José Ferreira Cardoso da Costa. Alguns dos presos faleceram no cativeiro, entre os quais D. Pedro de Almeida Portugal e Cândido José Xavier Dias da Silva.

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