sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sinalizar esta mensagem Um violão especial e cheio de aventuras


Poderia ser apenas mais um violão, mas aquele me chamou a atenção na cidade de Sertânia no ateliê daquela Senhora. Eliza Freire uma artista plástica da cidade de Sertânia, senhora de fino trato, respondeu sorrindo a minha indagação, sobre aquele violão tão adesivado. Satisfazendo a minha curiosidade e meu faro de blogueiro, que aquele fora o último violão do poeta Pinto do Monteiro. Daí por diante começou a contar esta história, que aqueles que valorizam a cultura popular brasileira, haverão de entender a importância deste poeta na cena da poesia de raiz da cultura Brasileira.

Pinto do Monteiro, era assim chamado, pois nascera em uma cidade chamada Monteiro, que fica na Paraíba, próximo á Sertânia. Havia escolhido este lugar para viver nesta época. Aliás, estes poetas sempre foram andarilhos, tinham costume de viajar muito para mostrar a sua arte, em cantorias organizadas nos oitões das casas, nos sobrados de engenho e nos arruados. Não havia outro modo do cantador ficar conhecido, e Pinto do Monteiro era querido e requisitado demais no Sertão, pois era poeta dos bons e de improviso, a qualquer momento, nunca deixava uma situação sem resposta.

Muitos versos de poetas já falecidos são declamados por pessoas que se "esquecem" de descrever a autoria do soneto, ou poema que acaba de declarar, e isto é um crime contra a autoria. Não acho que versos tão lindos como os de Pinto do Monteiro, e de outros devam ser esquecidos em sua lápide, mas a sua autoria não deve ser negada, e seu nome deve ser repetido com respeito, em qualquer sarau em que a sua obra for lembrada, é uma forma bonita e ética de eternizá-lo no coração dos admiradores de sua obra.

Pinto do Monteiro toda tarde, quando não estava viajando, ia até a budega de Macena, o esposo de Eliza Freire, para tomar uma lapada de cachaça, fazer umas lôas improvisadas e arrebatar alguns trocados dos admiradores de sua poesia. Um dia alguém ofereceu na budega a Pinto do Monteiro uma Viola, e para completar o dinheiro da viola, o poeta acabou vendendo o violão para Macena. Após a realização do negocio, Pinto declarou aliviado de forma improvisada e com a graça peculiar aos cantadores:"- Cumpade eu troquei um homem (violão) em uma mulher (viola) e ainda voltei dinheiro". Este violão Eliza achou entre as coisas de seu falecido marido, e colocou no seu atelier, pois ele lembra a grande amizade que existia entre Pinto do Monteiro e Macena, e esta é mais uma das belas histórias que aconteceram no Nordeste, que este contador de histórias faz questão de lembrar.


Um bom dia para todos, que a graça de Deus, continue abençoando o nosso lar e nosso trabalho!








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