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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Peleja de Pinto com Milanês


Pinto de Monteiro
Severino Milanês da Silva


Milanês estava cantando
em vitória de Santo Antão
chegou Severino Pinto
nessa mesma ocasião
em casa de um marchante
travaram uma discussão.


M - Pinto, você veio aqui

se acabar no desespero

eu quero cortar-lhe a crista

desmantelar seu poleiro

aonde tem galo velho

pinto não canta em terreiro


P - mas comigo é diferente

eu sou um pinto graúdo

arranco esporão de galo

ele corre e fica mudo

deixa as galinhas sem dono

eu tomo conta de tudo


M - Para um pinto é bastante

um banho de água quente

um gavião na cabeça

uma raposa na frente

um maracajá atrás

não há pinto que agüente


P - Da raposa eu tiro o couro

de mim não se aproxima

o maracajá se esconde

o gavião desanima

do dono faço poleiro

durmo, canto e choco em cima.


M - Pinto, cantador de fora

aqui não terá partido

tem que ser obediente

cortês e bem resumido

ou rende-me obediência

ou então é destruído


P - Meu passeio nesta terra

foi acabar sua fama

derribar a sua casa

quebrar-lhe as varas da cama

deixar os cacos na rua

você dormindo na lama


M - Quando vier se confesse

deixe em casa uma quantia

encomende o ataúde

e avise a feguezia

que é para ouvir a sua

missa do sétimo dia


P - Ainda eu estando doente

com uma asa quebrada

o bico todo rombudo

e a titela pelada

aonde eu estiver cantando

você não torna chegada


M - O pinto que eu pegar

pélo logo e não prometo

vindo grande sai pequeno

chegando branco sai preto

sendo de aço eu envergo

sendo de ferro eu derreto


P - No dia que eu tenho raiva

o vento sente um cansaço

o dia perde a beleza

a lua perde o espaço

o sol transforma-se em gelo

cai de pedaço em pedaço


M - No dia que dou um grito

estremece o ocidente

o globo fica parado

o fruto não dá semente

a terra foge do eixo

o sol deixa de ser quente


P - Eu sou um pinto de raça

o bico é como marreta

onde bate quebra osso

sai felpa que dá palheta

abre buraco na carne

que dá pra fazer gaveta


M - Eu pego um pinto de raça

e amolo uma faquinha

faço um trabalho com ele

depois pesponto com linha

ele vivendo cem anos

não vai perto de galinha


P - Milanês, você comigo .

desaparece ligeiro

eu chego lá tiro raça

me aposso do poleiro

e você dorme no mato

sem poder vir no terreiro


M - Pinto, agora nós vamos

cantar em literatura

eu quero experimentá-lo

hoje aqui em toda altura

você pode ganhar esta

porém com grande amargura


P - pergunte o que tem vontade

não desespere da fé

do oceano, rio e golfo

estreito, lago ou maré

hoje você vai saber

pinto cantando quem é


M - Pinto, você me responda

de pensamento profundo

sem titubear na fala

num minuto ou num segundo

se leu me diga qual foi

a primeira invenção do mundo


P - Respondo porque conheço

vou dar-lhe minha notícia

foi o quadrante solar

pelo povo da Fenícia

os babilônios também

gozaram a mesma delícia


M - Como você respondeu-me

não merece disciplina

hoje aqui não há padrinho

que revogue a sua sina

se você souber me diga

quem inventou a vacina?


P - Não pense que com pergunta

enrasca a mim, Milanês

foi a vacina inventada

no ano noventa e seis

quem estuda bem conhece

que foi Jener Escocês


M - Sua resposta foi boa

de vocação verdadeira

mas queira Deus o colega

suba agora essa ladeira

me diga quem inventou

o relógio de algibeira?


P - No ano mil e quinhentos

Pedro Hélio com façanha

em Nuremberg inventou

essa obra tão estranha

cidade da Baviera

que pertence a Alemanha


M - Pinto, cantando não gosto

de amigo nem camarada

se conhece a história

Roma onde foi fundada?

o nome do fundador

e a data comemorada?





P - Em l7 e 53

antes de Cristo chegar

nas margens do Rio Tibre

isso eu posso lhe provar

Rômulo ali fundou Roma

a 15 milhas do mar





M - Pinto, eu na poesia

quero mostrar-lhe quem sou

relativo o avião

perguntando ainda vou

diga o primeiro balão

quem foi que inventou?





P - Em mil seiscentos e nove

Bartolomeu de Gusmão

no dia oito de agosto

fez o primeiro balão

hoje no mundo moderno

chama-se o mesmo avião





M - Pinto estou satisfeito

já de você eu não zombo

mas não pense que com isto

atira terra no lombo

disponha de Milanês

pra ver se ele agüenta o tombo





P - Milanês, você comigo

ou canta ou perde o valor

você me responda agora

seja que de forma for

de quem foi a invenção

do primeiro barco a vapor?





M - Eu quero lhe explicar

digo não muito ruim

a 16 a 87

você não desmente a mim

o inventor desse barco

foi o sábio Diniz Papim





P - Em que ano inaugurou-se

da Europa ao Brasil

a linha pra esse barco

a vapor e mercantil?

Se não souber dê o fora

vá soprar em um funil





M - Foi um navio inglês

que levantou a bandeira

em 18 a 51

veio a terra brasileira

sendo a nove de janeiro

fez a viagem primeira





P - E qual foi a 1a guerra

feita a barco a vapor?

Você ou diz ou apanha

da surra muda de cor

quebra a viola e deserta

nunca mais é cantador





M - Em l8 e 65

a esquadra brasileira

dentro do Riachuelo

içou a sua bandeira

na guerra do Paraguai

foi a batalha primeira





P - Milanês, você comigo

ou canta muito ou emperra

não pode se defender

salta, pula, chora e berra

qual foi a primeira estrada

de ferro, na nossa terra?





M - Foi quando Pedro II

tinha aqui poderes mil

em 18 e 54

no dia trinta de abril

inaugurou-se em Mauá

a primeira do Brasil





P - Milanês, você é fraco

não agüenta o desafio

eu ainda estou zombando

porque estou de sangue frio

me diga quem inventou

o telégrafo sem fio?





M - Pinto, você não pense

que meu barco vai a pique

em mil seiscentos e oito

na cidade de Munique

Suemering inventou

este aparelho tão chique





P - Eu já vi que Milanês

não responde cousa à toa

se ainda quiser cantar

hoje um de nós desacoa

puxe por mim que vai ver

um pinto de raça boa





M - Pinto, o seu pensamento

pra todo lado manobra

mas eu não conheço medo

barulho pra mim não sobra

é fogo queimando fogo

é cobra engolindo cobra





P - Do pessoal do salão

levantou-se um cavalheiro

dizendo: quero que cantem

pelo seguinte roteiro

Milanês pergunta a Pinto

como passa sem dinheiro





M - Oh! Pinto, você precisa

dum palitó jaquetão

uma manta, um cinturão

uma calça, uma camisa

está de algibeira lisa

não encontra um cavalheiro

que forneça ao companheiro

pra fazer-lhe um beneficio

olhe aí o precipício

como compra sem dinheiro?





P - Eu recomendo a mulher

que compre na prestação

um palitó jaquetão

a camisa se tiver

quando o cobrador vier

ela esteja no terreiro

eu fico no fogareiro

pelo oitão vou furando

ele ali fica esperando

assim compro sem dinheiro





M - Você em uma cidade

precisa de refeição

porém não tem um tostão

que mate a necessidade

ali não há caridade

na casa do hoteleiro

só encontra desespero

fala e ninguém lhe atende

fiado ninguém lhe vende

como come sem dinheiro?





P - Eu levo um carrapato

guardado dentro do bolso

vou no hotel peço almoço

no fim boto ele no prato

faço logo um desacato

chamo o garçon ligeiro

ele me diz: cavalheiro

cale a boca, vá embora;

saio por ali a fora

assim como sem dinheiro





M - Você precisa casas

para ser pai de família

precisa roupa e mobília

cama para se deitar

você não pode comprar

cadeira nem petisqueiro

atoalhado estrangeiro

mesa para refeição

você não tem um tostão

como casa sem dinheiro?





P - Se a moça amar-me enfim

me tendo amor e firmeza

não especula riqueza

nem diz que eu sou ruim

ela ontem disse a mim:

eu quero é um cavalheiro

e você é o primeiro

para ser meu defensor

quero é gozar teu amor

e assim caso sem dinheiro





M - Você depois de casado

sua esposa cai doente

você não tem um parente

que lhe empreste 1 cruzado

ver seu anjo idolatrado

gemendo sem paradeiro

olhe aí o desespero

na porta do camarada

só ver pobreza e mais nada

como cura sem dinheiro?





P - Eu boto-a nos hospitais

do governo do estado

pra quem está necessitado

aquilo serve demais

as irmãs especiais

chamam logo o enfermeiro:

— Vamos com isto ligeiro

tratam com mais brevidade;

se interna na caridade

assim curo sem dinheiro





M - Oh! Pinto, camaradinha

você precisa ir à feira

para comprar macaxeira

arroz, batata e farinha

bacalhau, charque e sardinha

tomate, vinho e tempero

gás, açúcar e candeeiro

biscoito, chá, macarrão

bolacha, manteiga e pão

Como compra sem dinheiro?





P - Eu dou um jeito no pé

envergo um dedo da mão

um dali dá-me um pão

outro dá-me um café

à tarde vou à maré

espero ali o peixeiro

ele é hospitaleiro

humanitário e carola

dá-me um peixe por esmola

e assim como sem dinheiro





Com este verso do Pinto

encheu de riso o salão

houve uma recepção

naquele nobre recinto

ergueu-se um rapaz distinto

com frase meiga e bela

disse: mudem de tabela

pra uma idéia mais grata:

nem a polícia me empata

de chorar na cova dela





P - Eu tive uma namorada

bonita igual Madalena

parecia uma verbena

pela manhã orvalhada

a morte tomou chegada

matou a minha donzela

quando sepultaram ela

quase a tristeza me mata

nem a polícia me empata

eu chorar na cova dela





M - Eu amei uma criatura

ela o coração me deu

na minha ausência morreu

eu sofri muita amargura

fui à sua sepultura

para abraçar-me com ela

ainda via a capela

toda bordada de prata

nem a polícia me empata

eu chorar na cova dela





M - Um dia um amigo meu,

disse com toda bravura

deixe de sua loucura

se esqueça de quem morreu

uma desapareceu

Procure outra donzela;

eu disse: igualmente aquela

não existe nesta data

nem a polícia me empata

eu chorar na cova dela





P - Desperto de madrugada

o sono desaparece

me levanto e faço prece

na cova de minha amada

volto pela mesma estrada

com o pensamento nela

quando eu não avisto ela

vou dormir dentro da mata

nem a polícia me empata

eu chorar na cova dela





Caros apreciadores

qualquer que analisou

nem Pinto saiu vaiado

nem Milanês apanhou

vamos esperar por outra

que esta aqui terminou



- FIM -

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Jó Patriota


Jó Patriota de Lima, filho de Geminiano Joaquim de Lima e Rita Neves da Silva, nasceu em 01 de janeiro de 1929 no sítio Cacimbas, localidade de Itapetim que na época pertencia a São José do Egito. Viveu durante a infância na zona rural com os seis irmãos. Sua 1ª viola foi presente da irmã Maura que o incentivava a desenvolver esse mérito artístico.

Jó Patriota participou de vários Congressos e escreveu "Na Senda do Lirismo", um livro que já caminha em sua 3ª edição. É inquestionavelmente, um dos nossos mais extraordinários poetas.
Viveu desde a juventude em São José do Egito. Casou-se com Das Neves Marinho(filha do poeta Antônio Marinho) com quem teve dois filhos: Antônio de Marmo e Adriano. Vítima de um enfarte. Faleceu no dia 11 e foi sepultado no dia 12 de outubro de 1992.

"Passa tudo na vida, tudo passa,
Mas nem tudo que passa a gente esquece"

(mote dado por Das Neves Marinho)


Passa dia por mês e mês por ano
Passa ano por era, era por fase
Nessa base tão triste eu vejo a base
Do destino passar de plano em plano
Com a mão da saudade o desengano
Passa dando um adeus fazendo um S
Vem a mágoa o prazer desaparece
Quando chega a velhice, foge a graça,
Passa tudo na vida, tudo passa,
Mas nem tudo que passa a gente esquece.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Cobra cordelista no Programa a Hora do Vaqueiro da Radio Pedras Soltas FM


Itapetm é meu cantinho no sertão confesso que nunca me senti tão em casa em lugar nenhum no Brasil como Itapetim. Eu já rodei 16 estados Brasil a fora, ou seja, só me falta conhecer dez para poder dizer que já andei em todos. Mas aqui é tudo diferente para mim, todo cidadão ou cidadã Itapetiense que me apresentam é uma nova e concreta amizade, até porque entre nós existe uma cumplicidade, algo que nos une que é a poesia. Nossa amizade gira em torno, a poesia é a liga, é o fermento e o cimento que concretiza a nossa união. Na foto Evaldo Ferreira apresentador do Programa, meu parceiro Messias do Violão de tantas jornadas, Nido do Acordeon que não tira os olhos de Taciana Gomes, Jornalista jovem e bonita daquela cidade, olha Nido do Acordeon contou tantas histórias dele com Luiz Gonzaga, coisa que nunca tinha contado pra mim, que eu não conhecesse do amor e o carinho que ele dedica para sua esposa e companheira de tantos anos, diria que ele se sentiu muito atraído por minha amiga jornalista, mas eu ainda acredito que ela possa ter alguma semelhança com alguma musa que Nido do Acordeon encantou-se no Passado.

Estavam ainda no estúdio da rádio Pedras Soltas FM o Secretario de Saúde do Município a quem desculpo (camisa branca na foto) por não lembrar o nome, que caba de ganhar um prêmio como melhor Secretário de Saúde de Pernambuco, e Sr. Tadeu secretário de Agricultura do município. E meu amigo Grapa (é a mãe) do blog www.itapetim.net que recomendo dar uma olhada e ver os vídeos mais engraçados da internet.













quarta-feira, 4 de agosto de 2010

sábado, 12 de setembro de 2009

Dicas de Livros


Justino, o Retirante &Justino, um menino de 12 anos, órfão, foge da seca, sa fome, da opressão dos grandes latifundiários. É mais um retirante que procura se livrar da cruel realidade nordestina. percorrendo os caminhos áridos do sertão, descobre a solidariedade e a amizade, e começa a alimentar um sonho capaz de transformar sua vida e a de sua gente. Escrito por Odete de Barros Mott da editora Atual.Nbsp; * * *

Teatro de Bonecos A arte de dar vida aos bonecos Mnu herdou dos avós, que viajaram durante toda a vida pelo sertão nordestino, brincando em vilas, praças, escolas e fazendas. Só para dar uma idéia, seu avô, Mestre Perfumado, foi um dos mais afamados mamulengueiros de Pernambuco.

Era uma vida difícil que os pais de Manu não queriam para o filho, mas não teve jeito: ele acabou se interessando mesmo pelos bonecos e aos poucos foi se tornando um brincante. Primeiro, entregava os bonecos aos pais, depois os comandava sem fala, nas cenas de luta e afins.

O aprendizado precoce fez dele o mais famoso animador de bonecos do País, o Rei do Mamulengo. Sua história está retratada no livro O Rei do Mamulengo, de Rogério Andrade Barbosa, um apaixonado pelo folclore e cultura brasileira.

As ilustrações são do pernambucano André Neves.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

LASCADO DE SAUDADE

LASCADO DE SAUDADE
Autor: Vicente Nascimento


Trechos do livro do poeta popular Vicente Nascimento, lançado em dezembro de 2003, em João Pessoa - PB.

VICENTE FRANCISCO DO NASCIMENTO é natural de Salgueiro – PE, caçula de 16 irmãos, trabalhou na agricultura, foi fotógrafo, Patrulheiro Rodoviário Federal, aposentado, reside em João Pessoa. Sua apresentação na Tenda do Cordel deste ano 2009 será no dia 27 de junho as 20h e 40min.


Apresentação do poeta repentista, Oliveiras de Panelas:

Em LASCADO DE SAUDADE
você vê tanta poesia
de fazer inveja a Dante,
Píndaro de Alexandria,
Camões, Homero, Petrarca
e Castro Alves da Bahia.

NASCIMENTO é um poeta,
pela sensibilidade,
eu vou continuar lendo
livro dessa qualidade.
e assim levar a vida
ME LASCANDO DE SAUDADE.

Um livro feito com arte,
com gosto e desprendimento;
poeta de toda parte,
aqui expõe seu talento;
repentes feitos na roça,
no alpendre da palhoça,
na hora do sol poente;
assim que a Ave Maria
tocava ao final do dia
as esperanças da gente.


Vicente Nascimento:

Eu por exemplo fiquei
pensando na mocidade
foi aí que a saudade,
quando chegou eu lembrei,
então eu lhe perguntei,
o que é que ela fazia?
ela disse que trazia
dor no peito a vida inteira
A saudade é companheira
de quem não tem companhia.

No meu tempo de criança,
joguei pinhão e castanha,
brincava de perde e ganha,
sem perder a confiança,
inda guardo na lembrança,
eu fazia um currazim,
de vaca e boi de ossim,
pra dizer que era gado
Recordando o meu passado
tive saudade de mim.

Não posso vê nunca mais
o que vi quando criança,
as fantasias da vida,
e uma grande esperança
apenas ficou gravado
no arquivo da lembrança.

Minha aposentadoria,
graças a DEUS consegui,
sofri muito e aprendi
trabalhar em parceria;
com chuva, sol, noite e dia,
nunca cheguei atrasado
fui um ótimo empregado,
sem conhecer meu patrão.
Já cumpri minha missão,
hoje estou aposentado.

Fonte:http://literaturadecordel.vilabol.uol.com.br/

domingo, 9 de agosto de 2009

( Vamos Recordar!) Colégio Ascenso Ferreira em Porta Larga

Cobra Cordeliste falou sobre a hitória de Jaboatão dos Guararapes para os Alunos do Coléligio Ascenso Ferreira.





sexta-feira, 10 de julho de 2009

Pinto do Monteiro por ele mesmo



Pinto de Monteiro


No dia 11 de abril de 1983, às quatro da tarde, na casa do poeta, em Sertânia, Pinto do Monteiro gravou entrevista — ainda inédita — concedida a Djair de Almeida Freire, acompanhado do cantador Gato Velho.

Eis os principais trechos, transcritos e editados por Maria Alice Amorim:

"Severino Lourenço da Silva Pinto Monteiro, nasci em 1895, a 21 de novembro, a uma da madrugada, assim dizia a velha minha mãe. Batizei-me a hum de janeiro de 1896, pelo Pe. Manuel Ramos, na vila de Monteiro. Nasci na rua, mas morava em Carnaubinha. Com sete anos de idade, em 1903, fui para a fazenda Feijão. Saí de lá em 1916, 30 de junho. Meus avós eram da Itália, quando chegaram por aqui se misturaram com sangue de português. Esse Monteiro é parente dos Brito, eu sou parente dos Brito.

Com Antônio Marinho, eu nunca viajei para canto nenhum. Fiz várias cantorias com ele. Quando eu andava por aqui, cantava com ele. Quando eu morava em Vitória de Santo Antão, ele mudou-se para Caruaru. Eu vim, cantei com ele, levei ele a Vitória. Passou uma semana comigo. Lá, ele não andou mais. Levei ele uma vez ao Recife. Não cantou, adoeceu. Eu cantei muito foi com João da Catingueira, sobrinho de Inácio. Sete anos sem cantar com outro. Com Lino, fiz poucas viagens. Com Joaquim Vitorino, eu viajei mais, mais, e foi muito. Fui para Alagoas, Pernambuco, Recife, Piancó. Cantei com Zé Gustavo, no Arruda. Assis Tenório, eu viajei coisinha pouca, somente aqui, em Afogados. Cantei com ele em Pesqueira, Garanhuns, Caetés. Zé Limeira, eu cantei muitas vezes com ele.

Zé Pretinho, só ouvi falar por aquela história naquele folheto do cego Aderaldo, nunca conheci, acho que não existiu. Cantei com Zé Pretinho, de Caruaru, que era da Serra Velha. Com João Fabrício, que era também da Serra Velha. Com Aristo, também cantei mais ele muitas vezes. Com Laranjinha, muitas vezes. Zé Agostinho, barbeiro, cantei várias vezes. Agostinho Cajá, cantei mais ele muito, viajei mais ele. Cantei mais no Recife. Muito no Derby, no Savoy, na Câmara de Vereadores. Mnorei no Arruda trinta anos, rua das Moças.

Eu sou com Lourival como o gato com o rato. Cantei com ele no dia 5 de fevereiro (1983 — a cantoria mais recente à época), em Monteiro. Tinha Job, Zezé Lulu, João da Piaba, Zequinha, Zé Palmeira, Edésio Vicente, Zé Jabitacá. Tinha somente os de Monteiro e os de São José do Egito. Tinha Zé de Cazuza Nunes, que é grande poeta. Tinha Manuel Filó. Tinha João Furiba, Zé Galdino. Numa noite chuvosa, tinha mais de trezentas pessoas no clube.

Em certo lugar, chamado Boi Velho, chegou Manoel Filó — grande poeta, porém não usava a poesia —, deu um mote a mim e ao que estava cantando comigo: "O carão que cantava em meu baixio / teve medo da seca e foi embora". Cantei:

Se em janeiro não houver trovoada / fevereiro não tem sinal de chuva / não se vê a mudança da saúva / carregando a família da morada / só se ouve do povo é a zuada / pai e mãe, noivo e noiva, genro e nora / homem treme com fome, o filho chora / se arruma e vão tudo para o Rio / O carão que cantava em meu baixio / teve medo da seca e foi embora".

quarta-feira, 1 de julho de 2009

SALA DO CONSELHO DE CULTURA

Cobra Cordelista participou da inauguração da SALA DO CONSELHO DE CULTURA, em Jaboatão velho, vários grupos culturais estavam presente, veja fotos do evento.



O vice prefeito Edir Peres também compareceu


quinta-feira, 4 de junho de 2009

Cobra Cordelista

O novo presidente do conselho de cultura de Jaboatão dos Guararapes.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Novo espaço para os Shows de Cobra Cordelista e amigos


Nesta Sexta-Feira dia 12 de junho acontecerá a festa verso repente e namorados com os cantadores "Sinésio Pereia e Eduardo Lopes" em um novo espaço, no "Encato Bar" na Avenida Comercial, após a Igreja Católica.

O show começará a partir das 20:00.

Conto com todos vocês.

Cobra Cordelista.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Perfil do Autor


Cobra Cordelista, é coordenador do PROJETO CURUPIRA GUARARAPES DE EVENTOS CULTURAIS, com sede na Rua Silvio Rabelo, s/n, Candeias, Jaboatão dos Guararapes – PE, cujo objetivo é divulgar a cultura do Nordeste e especialmente a Cultura Pernambucana, ensinando adolescentes e jovens a tocar e a dançar, o frevo, o Maracatu, o caboclinho e outros ritmos culturais, e a preservar o meio ambiente. Lançou ainda recentemente o M.D.A (Movimento em Defesa das Águas de Pernambuco), com o objetivo de ajudar a sociedade a preservar nossos Rios, manguezais e lagoas com destaque para a lagoa do Olho D’água em Jaboatão dos Guararapes e os manguezais de Serrambi em Ipojuca.


Tem um carinho especial para pessoas que vivem no campo, pois de origem rural, conheceu ainda criança, no engenho Mirinote no Cabo de Santo Agostinho – PE, hoje Charneca e no engenho Benfica em Ipojuca, as agruras da vida no campo.


Contato com o autor

(081) – 3072-2131 / 9655-8510 / 8649-6768

cobracordelista@hotmail.com

sábado, 28 de março de 2009

Show Cobra Cordelista


SHOW: Toda sexta-feira o poeta e cantador Cobra Cordelista realiza um show com cânticos sertanejos, releitura de alguns clássicos da cultura popular, ciranda , poesia matuta e alguns “causus” .

CONVIDADOS: No acompanhamento musical a banda curupira com os músicos Edivaldo Junior e Felipe de Dora.

PRÓXIMO EVENTO: Cobra Cordelista estará no próximo dia 01/04/09 as 08:00 e as 14:00 no colégio Paulo Paiva em Candeias com o Cordel Jaboatão dos Guararapes de Ontem e de Hoje e falando com os garotos sobre a história de Jaboatão dos Guararapes.

Dia 08/05/2009 Primeira cantoria do Restaurante Espeto na Mesa com Antônio Lisboa e Edmilsom Ferreira, dois cantadores da gota serena, o evento tem início as 20:00hs, com Cobra Cordelista e o forró Curupira.


LOCAL: O evento acontece no Restaurante Espeto na mesa (antigo bar da poeira) que se localiza na avenida comercial após o restaurante Recanto Gaúcho das 20:00 hs até as 00:00 hs.

INFORMAÇÕES FONE 8649 – 6768/8828 - 0242

Publicações Cobra Cordelista

CD Cordas & Cordéis do Recife, projeto da prefeitura do Recife.
Participação do cordelista, Cobra Cordelista na sexta faixa: Eleição no Reino de Faz de Conta


Publicações Cobra Cordelista

Cordéis 2006
Quase pedida..........................................................Editora coqueiro
Nequim e as armadilhas do amor...........................Editora Coqueiro
Pontal de Serrambi..................................................Editora Coqueiro

Cordeis 2007
As Avent. de Zé e Crisbela no Cent. Do frevo....... Editora Coqueiro
Cabo de Santo Agostinho Sua hist. E tradição........Editora Coqueiro
Ribeirão a princesa dos Canaviais...........................Editora Coqueiro
O poeta e a lagoa que chora.....................................Editora Coqueiro
Jaboatão dos Guararapes de ontem e de Hoje..........Editora Coqueiro
Eleição no reino do faz de conta..............................Editora Coqueiro
Um tributo a Gregório Bezerra.................................Editora Coqueiro
Nordeste Caboclo..................................................... Editora Coqueiro

Cd 2007
Coisas do Sertão .......................................................Independente

Cordéis 2008
Eleição no Reino do faz de Conta ............................ Editora Coqueiro
O sabia e o Gavião.................................................... Editora Coqueiro
A revolta das aves..................................................... Editora Coqueiro
O povo quer ninguém segura.................................... Editora Coqueiro
A eleição de Maneco................................................ Editora Coqueiro
Afrodescendencia..................................................... Editora Coqueiro

Cd 2008
Cordas e Cordéis do Recife........................................Prefeitura do Recife

Livro 2008
Histórias de caboclo Para Corações Pequeninos.......Editora Perfil